Histórias Inspiradoras

Histórias Inspiradoras: Casal leva o filho de quatro anos a dar a volta pelo Mundo

Andreia Costinha de Miranda
publicado há 6 anos
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Quem não gostaria de agarrar na família e ir ‘dar uma volta’ pelo planeta? Foi o que Joana, de 33 anos e Nuno, de 41, fizeram.

Este casal, junto há quase uma década, é Pai de Lourenço de quatro anos e viveu em Moçambique durante algum tempo. «O meu filho nasceu em Portugal e foi criado em Moçambique até aos três anos e meio. Voltámos há cerca de um ano para Portugal, para dar início a um projeto que tínhamos programado: dar uma volta pelo Mundo durante um ano», conta-nos Joana Capolana.

Como surgiu a ideia de viajar pelo Mundo?

 

A ideia de largarem tudo, fazerem as (pequenas) malas e irem à descoberta de novos lugares, já tem vindo a ser estudada há algum tempo. «Eu já tinha feito uma volta ao Mundo em 2010. Já estávamos juntos mas não se equacionou o Nuno vir comigo nessa altura. Quando aterrei dessa aventura, disse-lhe que gostava imenso de ter aquela experiência com ele. Tirarmos um ano das nossas vidas para viajar, sem pressa, pelo Mundo. E foi assim! Estivemos cinco anos a preparar-nos para este projeto. Sabíamos que teria de ser antes do nosso filho ir para a escola, por isso estava definido um limite», começa por nos contar.

«Achámos que este ano era ótimo porque o Lourenço já é quase independente. Fala tudo, come tudo, percebe tudo. A vontade de pôr em prática este projeto aumentava à medida que o tempo passava. O stress do trabalho, o viver fora já há sete anos, o querer mudar de vida…» Tudo isto fez com que, durante cinco anos, Joana e o marido preparassem a viagem, em família, pelo Mundo. E de que forma se prepara uma aventura deste tipo? «Poupar, estudar o itinerário, quando e como ir, o que queremos e podemos fazer… E garantir, dentro dos possíveis, a nossa estabilidade em Portugal, para quando voltarmos não ser um stress. Temos a nossa casa, as nossas coisas todas em Portugal. É o nosso porto de abrigo e para onde queremos voltar», garante.

Os países pelos quais já passaram e por onde ainda vão viajar

 

A viagem de Joana, de Nuno e Lourenço teve de ser dividida por temporadas. «Inicialmente estava previsto ser um ano corrido a viajar. O pai do Nuno descobriu que tinha um cancro e nós optámos estar presentes durante o processo de tratamento, o que nos obrigou a reestruturar toda a viagem. Decidimos então fazer cinco semanas na primeira temporada, que incluiu cinco países: Singapura, Tailândia, Maldivas, Sri Lanka e Dubai», explica.

Já a segunda temporada – que é na que se encontram atualmente – vai ter a duração de 120 dias e inclui seis países: Birmânia, Malásia (Ilha de Penang, Langjawi, Borneo), Indonésia e Filipinas, que é onde se encontram atualmente.

E os próximos destinos quais são? «Coreia do Sul, Hawai e Costa Oeste dos Estados Unidos da América», revela-nos a ribatejana Joana.

Todas estas viagens podem ser acompanhadas na página de Facebook desta família, Uma Volta Pelo Mundo – Joana Africana.

Viajar com uma criança de quatro anos facilita ou prejudica o planeamento de uma viagem deste tipo?

 

Muitos Pais garantem que viajar com crianças acaba por ser um ‘desperdício’ de dinheiro, porque garantem que os filhos, quando crescerem, não se vão lembrar de nada. Para Joana e o marido, Nuno, viajar com Lourenço não é nenhum entrave. Muito pelo contrário. «É viajar de uma forma diferente. Se falarmos monetariamente, claramente é quase um terceiro adulto. Paga o preço de adulto nos voos, barcos, autocarros, come como um adulto… Por isso, claro que o orçamento tem de ser maior. Mas em termos de logística não faz grande diferença», explica.

«Tem o nosso ritmo de viagem. Não nos atrasa, não faz com que não possamos fazer aquilo que quisermos, pode demorar mais tempo a comer, sim, mas está sempre pronto para IR. Adora aviões, aeroportos, hotéis. Até acha estranho quando não estamos a viajar. Sempre dissemos que os nossos filhos iriam para todo o lado connosco e que não seriam um entrave na nossa vida. Requer mais paciência, tolerância e ‘ginástica’ mas compensa sempre», garante.

Os destinos preferidos de Lourenço

 

Lourenço tem apenas quatro anos, mas já conhece ‘meio Mundo’. E apesar da tenra idade, este pequeno grande viajante «gosta de recapitular» os sítios onde a família já esteve. E a mãe revela quais foram, até agora, os locais preferidos do seu filho. «Mas os dois sítios que ele fala constantemente e diz, muitas vezes, que quer voltar é para o Egipto e para El Nido nas Filipinas. Não é pelas paisagens… mas sim pelas experiências que teve», diz.

«No Egipto foram umas férias com a minha mãe, em que ficámos num hotel que tinha imensos escorregas, piscinas, um parque infantil super giro. Comia o que lhe apetecia, fazia praia de manhã, à tarde ia para a piscina e à noite parque infantil, tudo isto na companhia da avó. Até hoje é a viagem de que mais fala. El Nido, nas Filipinas, porque ficámos hospedados num sítio muito giro que os quartos eram tendas. O dono do sítio chamava-se Ryan e era um miúdo de 21 anos cheio de paciência para o Lourenço. Iam para a praia, jogavam ping pong, brincavam com os cães bebés com três semanas que lá estavam em casa. Por isso só se fala agora no Ryan», revela, divertida.

Estar 24 horas/dia com a família

 

Para muitos, passar 24 horas/dia com a família é uma ‘prova de fogo’. Para Joana e o marido é mais uma forma de unir laços. «O facto de termos vivido em África, longe de tudo e todos, tornou-nos mais apegados uns aos outros. Estávamos habituados a estar muito tempo juntos. Aqui não é novidade. É diferente, sim. Mas temos estado todos muito bem. Há dias que ninguém tem pachorra para ninguém, mas vamos revezando-nos. Tentamos ter algum tempo e espaço para cada um durante alguns dias, para eu poder ser a Joana e não constantemente a mãe, para o Nuno ser o Nuno e não ter que ser sempre o pai e o Lourenço ser uma criança, sem estar sempre a ouvir-nos dizer o que deve e não deve fazer», realça.

O balanço desta experiência 

 

Viajar pelo Mundo não é para todos. E quando se trata de viajar com crianças muito menos. «Acho que não há melhor infância do que poder brincar, ver, conhecer pessoas e sítios diferentes daqueles a que se está habituado. Uma coisa engraçada é que o Lourenço já fala mais ou menos inglês à conta destas viagens. Apanha algumas palavras da língua local onde estamos, mas no geral, como só se fala inglês, adapta-se e já se vai saindo com umas que às vezes nos deixa orgulhosos. Saímos ainda mais unidos como família e criamos memórias inesquecíveis», explica Joana.

O regresso a Portugal está para ‘breve’ e o regresso à rotina também. Mas a verdade é que estas aventuras fazem com que os protagonistas destas histórias repensem no que querem fazer da vida. Por isso mesmo, a mãe de Lourenço assume que não sabe ainda como será o futuro da sua família. Mas ideias não faltam: «Quero agarrar novamente na minha marca e lançar outras linhas que tenho em mente à conta de todas estas viagens. Abrir uma loja talvez e criar um serviço de ‘agência de viagens’ mas ao meu estilo. O Nuno ainda não sabe se quer continuar na área dele (engenharia) ou se vai aventurar-se por projetos que também tem, por conta própria. Veremos. Não temos pressa nem stress, porque quando decidimos fazer esta viagem, tínhamos estipulado que teríamos que ter algum dinheiro de parte para nos dar folga e margem de manobra».

 

A marca Joana Capolana

 

É um sucesso nas redes sociais e conta com fãs de todas as idades. A Joana Capolana é uma marca de roupa feita com tecido típico moçambicano que se chama Capulana. «Começou como uma brincadeira e tornou-se algo mais sério. Mas com tantas viagens e projetos pelo meio, não teve ainda a merecida atenção para crescer à séria. Vai ser agora», finaliza. Saiba mais sobre este desafio, aqui.

 

Acompanhe o diário de bordo desta família, aqui.

 

Fotos: Gentilmente cedidas por Joana Capolana 

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