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«As crianças precisam de regras e rotinas, mas ser flexível é primordial»

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publicado há 5 anos
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A posição do meu olhar encaixa-se perfeitamente na do dela, apesar da nossa diferença de tamanhos. É que estamos deitadas na caminha dela.

As suas mãozinhas acariciam o meu rosto, a sua respiração está em perfeito compasso com a minha e sou inundada por aquela sensação que só uma mãe conhece: a certeza inebriante de que, naquele momento, sou tudo na sua vida.

Lembrei-me de quando ouvia o coraçãozinho dela dentro da minha barriga e ficava a imaginar como ela seria: loira ou morena? De olhos castanhos ou claros? E ela veio ao mundo exatamente como deveria vir. O meu milagre particular.

Ela coloca os bracinhos ao redor do meu pescoço e pergunta: «Mãe, ficas mais um bocadinho comigo?»

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E eu me respondo que sim, claro!

Sempre fui extremamente rígida com a questão de não levar as minhas filhas para a minha cama. A Bárbara e a Giovanna, de 11 e três anos, só sabem o que é ir para a cama da mãe de madrugada se estiverem doentes, com febre alta.

Mas a minha rigidez sempre ficou da porta do meu quarto para dentro, pois sempre que pedem estou ao lado delas, na cama (delas). Babi já está crescida, então, é claro, não me solicita tanto durante as madrugadas.

Porém a pequena, desde que deixou o berço, pede que eu fique um bocadinho ao seu lado, na caminha dela, antes de dormir, ou quando ela tem um pesadelo, ocasião em que me abraça muito forte (as mães têm o poder de afastar qualquer monstro invasor de sonhos infantis).

No outro dia li o texto de uma amiga querida, em que ela falava sobre o bom que é estar ao lado do seu pequeno nesses momentos, antes que ele cresça e não peça mais o seu colo. E que ela jamais se arrependerá de ter aproveitado cada minutinho possível ao lado do seu menino.

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Esse texto fez-me pensar que sim, que todas as crianças precisam de regras e rotinas, mas ser flexível é primordial também… Até quando a minha menina terá o pezinho gordo a passar na minha perna? Ou até quando levantará os bracinhos a pedir colo?

A infância dos filhos escorre por entre os nossos dedos, como a areia da praia… Porquê, então, não quebrar as regras de vez em quando? Por que não trazê-la para a minha cama, às vezes (só às vezes) quando ela não conseguir conciliar o sono? Aos 46 anos não terei outro bebé para mimar. Ela é a herdeira mais próxima do fim da minha fertilidade.

Olho novamente para ela, mas os seus olhinhos estão fechados. A respiração pesada mostra-me que o seu sono já vai alto.

Sonhe com os anjinhos, meu amor. E se precisares, chama-me. Virei a voar do quarto ao lado para te abraçar e acalmar os teus sonhos.

Texto: Marcella Bisetto, mãe, advogada e escritora apaixonada

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