As pessoas estão cada vez mais desconectadas com a realidade e afastadas de quem amam. É isto que o projeto “Disconnecting Connection”, do fotógrafo letão Al Lapkovsky, quer mostrar. As fotografias impressionaram o mundo em 2018 e valeram-lhe vários prémios internacionais.
O principal objetivo do projeto é retratar como as pessoas se mantêm desconectadas da realidade e de tudo o que as rodeia a qualquer hora do dia ou da noite. A maioria dos utilizadores de smartphones entram numa ‘bolha’ e não se apercebem que podem estar a magoar quem está ao seu lado, como marido e mulher, filhos, amigos ou familiares.
Houve um episódio na vida de Al Lapkovsky que o levou a lançar este projeto. Quando morreu um membro da sua família, recebeu imensas mensagens de condolências de amigos, repletas de emojis. Nenhum lhe ligou, nem lhe deu um abraço, o que seria preferível nessa situação.
«Algumas crianças passam uma média de 7,5 horas na frente das telas todos os dias. Isso mesmo – 7,5 horas. Esse é o tempo que a maioria dos adultos passa no trabalho todos os dias. Os adolescentes agora gastam até nove horas por dia somente em plataformas sociais. Surpreendentemente, a pessoa comum gastará quase duas horas (aproximadamente 116 minutos) nas redes sociais todos os dias, o que se traduz num total de cinco anos e quatro meses passados ao longo da vida», refere o fotógrafo no seu blogue, Begemotfoto.
«Parece que estamos a desaparecer, deixamos de existir, perecemos. Não conseguimos imaginar a nossa vida sem os ecrãs. Somos bombardeados com notícias, atualizações e status. Nós temos milhares de amigos e mesmo assim estamos sozinhos. Somos semitransparentes, perdidos à luz azul da informação inútil e de um falso sentimento de pertença», escreve Al Lapkovsky.
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