De acordo com as recentes informações da GNR – Guarda Nacional Republicana, foram registados em Portugal 140 crimes em contexto escolar que envolveram bullying ou cyberbullying ao longo do último ano lectivo. O carácter silencioso deste tipo de ocorrências, recordam as autoridades, exigem que os pais, encarregados de educação e demais comunidade educativa tenham que criar sistemas de alerta maiores.
Contudo, esta realidade traz questões cada vez mais importantes, seja de controlo de acesso a determinados conteúdos ou, até, de limitação de uso das tecnologias por parte dos mais novos. Devem os pais limitar o uso dos telemóveis aos mais novos? Esta é uma questão que muitos educadores se colocam hoje em dia, sobretudo quando as crianças passam grande parte do seu tempo nas escolas e longe dos pais.Se por um lado, os equipamentos móveis podem ser uma distracção e até tornar os menores em alvos de cyberbullying, por outro, estes podem também ser uma ferramenta de segurança.
Acreditamos que os dados sejam preocupantes para os pais e encarregados de educação. Saber que os filhos podem, nalguma circunstância, estar em perigo é, sem dúvida, um receio legítimo e real nos dias actuais.”, afirma Jorge Álvarez, CEO da SaveFamily. “Mas também achamos que a tecnologia pode ser uma ferramenta para essas crianças, e muito do trabalho passa por sensibilizar para o uso da tecnologia para o bem comum”, avança.
Comportamentos adequados online é um ponto chave
As autoridades desenvolvem diversos planos de sensibilização para os mais novos, sobretudo em contexto escolar, mas passa pela educação para os comportamentos online um dos pontos fundamentais para que o uso da tecnologia seja visto como uma ferramenta para o quotidiano dos mais novos. A explicação de o que são comportamentos adequados online é um ponto chave – é essencial que os mais novos compreendam que o que acontece online prevalece e que, em todo o momento, alguém que possa estar a ler ou ver o que foi publicado pode sentir-se ofendido. Mais ainda, fazer compreender que esconder detrás do anonimato que as tecnologias trazem não invalida o malefício que se pode causar.
Smartwatches podem ser aliados na prevenção de situações de risco
Por outro lado, adequar o tempo que os mais novos passam a interagir com os equipamentos. Sob a justificação de que estão a contactar os pais, muitos jovens despendem muito tempo do seu dia-a-dia conectados. As soluções disponíveis no mercado já permitem aos pais saberem, atempadamente, onde estão os seus filhos e permitem ter mecanismos, como sejam alertas SOS em smartwatches, que agem como uma ferramenta de prevenção, mais do que actuação apenas em caso de perigo. Num todo, os esforços que se desenvolvem actualmente procuram, de forma efectiva, prevenir este aumento de casos de bullying e, sobretudo, de cyberbullying. Com a segurança e desenvolvimento dos mais novos em vista, as diferentes ferramentas que vão aparecendo no mercado contribuem, diariamente, para combater estas situações.