Sei que é uma coisa feia de se dizer, mas é também a verdade.
Eu tinha 17 anos. Era uma adolescente apaixonada, cheia de sonhos e de amor para dar. Namorava há cinco meses com aquele que – naquela idade – achei que fosse o amor da minha vida.
Vivi todas as minhas primeiras experiências sexuais e sentimentais com ele e estava verdadeiramente feliz. Até que, começámos a ter algumas discussões e eu comecei a desesperar.
Achei que o ia perder para sempre. Fui inconsciente e tentei fazer de tudo para que ficasse comigo. Prendi-o da “pior”/melhor maneira possível. E porquê o “pior”/melhor? Porque hoje, dez anos depois, considero um crime o que fiz, mas… ganhei o melhor da vida: a minha filha.
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Separámo-nos durante a minha gravidez e entrei em depressão. Nessa altura quis abortar. Quis-me ver livre daquele ser que estava na minha barriga.
Fui tratada e melhorei muito, mas não tinha ao meu lado o meu grande amor. Ia ter um bebé sozinha.
Acabei por recuperar e seguir a minha vida. Tive um apoio incrível dos meus pais e também dos pais do meu ex-namorado.
Ele não quis saber de mim nos primeiros tempos. Mas quando a menina nasceu as coisas mudaram. Passou a estar mais presente e a ser um pai exemplar.
Não ficámos juntos… a minha filha nunca teve esse privilégio de ver os pais juntos, mas nunca deixou de ser feliz.
Ela tem dez anos e é uma menina especial, cheia de energia e vida. Eu e ele damo-nos bem, mas cada um seguiu a sua vida.
Sou feliz, mas se me perguntarem se voltaria a fazer o mesmo… não sei o que responderia! Porque não queria prender alguém para ficar comigo, mas não trocava a minha filha por nada.
A vida é mesmo assim…
Texto: Anónimo