Era uma vez uma mãe. Essa mãe na gravidez disse que queria trabalhar até ao fim e todos disseram que era inconsciente, não pensava no bebé. Resolveu, então, ficar de baixa mais cedo e toda a gente lhe chamou preguiçosa, pois gravidez não é doença.
Quando nasceu o bebé, amamentava em livre demanda e todos diziam que não devia, pois ia ficar muito gordo ou chuchar apenas. Resolveu amamentar de três em três horas e todos vieram dizer que o bebé chorava por fome.
Dava colo o tempo todo ao seu rebento, apressaram-se a dizer que o ia habituar mal. Passou a deixá-lo chorar um pouco, em vez de o pegar logo no colo, e ouviu vozes de que era fria com a criança.
Nunca dava doces ao seu filho, acusaram-na de ser demasiado radical. Passou a dar doces e acusaram-na de dar veneno ao seu próprio filho.
O seu filho usava chucha, lá vieram dizer que estava na hora de ele a deixar. Ela tirou-lhe e lá vieram dizer que ia traumatizar a criança.
Até que um dia essa mãe fartou-se e mandou todos à merdinha com os seus conselhos e viveu feliz para sempre.
Fim da história.
Texto: Susana Morais, na página Oh Mamã