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Ser filha depois de ser mãe

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publicado há 6 anos
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Acho que o meu amor pela minha mãe aumentou bastante depois de a Benny nascer.

Não só porque tem sido uma avó à séria e nos tem apoiado incondicionalmente em tudo, mas também porque, pela primeira vez, estou do outro lado. Agora sou mãe! Tenho uma filha! Tenho a responsabilidade de ser, pelo menos, tão boa mãe como a minha (ou pelo menos foi isto que eu meti na cabeça).

Ter uma boa mãe, ou uma mãe fantástica, coloca-nos uma pressãozinha extra para o desempenho deste novo e maravilhoso papel. Nunca sentiram isto? Sinto que quero educar a minha filha (ou filhas, em breve) com os mesmos valores, a mesma educação, a mesma leveza, com a rigidez q.b. quando necessária, a mesma força, o mesmo exemplo, os mesmos bolos aos domingos, o mesmo «o que é que se diz Mafalda?!», os mesmos abraços e miminhos e beijinhos… mas este cocktail maravilhoso que eu tive a sorte de ter, é difícil de recriar. Dou por mim a achar que não sou assim «tão boa». Bem sei que não é suposto sermos iguais a ninguém. Se não há duas pessoas iguais, não há duas mães iguais. Mas, por várias vezes, já dei por mim a questionar se serei capaz de fazer o excelente trabalho que a minha mãe fez (com muito menos recursos e ajuda do que eu).

Outra coisa que me passa pela cabeça é a quantidade de vezes que devo ter sido injusta para a minha mãe. Sobretudo ali na adolescência, em que nos achamos muito donos do nosso nariz, só olhamos para o nosso umbigo e as mães são todas uma seca!

Devem ser as hormonas… São as hormonas certamente. Fazem-me pensar demais, ficar sensivelzinha e esquecer-me que a minha mãe também consegue ser uma grande chata!

Fora de brincadeiras. Agora entendo o que a minha mãe sente por mim (que diz ser o mesmo que sente pela neta, e isso é lindo). Este amor que não se explica faz-me olhar para a minha mãe com outros olhos, com mais carinho e com um profundo sentimento de gratidão. Finalmente entendo. Finalmente entendo o que se sente. Entendo, mas ainda não o consigo explicar. Só sei que é grande e forte e capaz de nos fazer relativizar tudo, repensar tudo, redefinir tudo, mudar tudo. Tudo.

Ser filha depois de ser mãe é diferente.

 

Texto: Catarina Monteiro do blogue 2am Stories

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