Quando casamos com alguém, casamos também com a família dessa pessoa. Foi isto que sempre ouvi e foi isso que senti quando comecei uma vida conjugal.
Vivo com o meu marido há cinco anos e temos um filho de dois. Sempre tivemos um vida social “generosa” e obviamente desde que o D. nasceu, que muita coisa mudou. O tempo livre não é o mesmo, mas ainda assim, tentamos estar sempre com amigos e familiares.
Mas há algo que me “incomoda”. Amo em demasia os meus pais e os meus sogros, mas não penso que seja correto ter “dias marcados” para ir a casa deles.
Todos os fins de semana “tenho” de almoçar ou jantar em casa de uns e/ou de outros e, caso diga que não, parece que está prestes a cair uma bomba atómica, tamanha é a tristeza que demonstram perante um «não dá muito jeito» ou «não vamos poder».
Eu sei que é por quererem estar connosco e para verem o menino, mas… eu e o meu marido temos horários muito complicados e nem sempre temos tempo para estarmos juntos durante a semana.
Queremos também aproveitar o fim de semana para fazermos coisas em família. Para sairmos, para nos divertirmos, ou simplesmente para estarmos em casa, sem fazer nada.
Precisamos do nosso espaço. Do nosso ninho. Das nossas coisas.
Não temos de estar sempre em casa dos pais ou dos sogros. Queremos também ter as nossas atividades. Acho que é assim que deve de ser.
Por vezes fico a sentir-me mal pela reação de tristeza que têm quando não vamos lá… Parece que fico com sentimento de culpa quando, na verdade, só quero que entendam que também quero ter tempo para os meus homens.
E acho que isso não devia ser difícil de perceber. Quero tempo para nós e não ter a “obrigação” de estar sempre a correr para os pais ou para os sogros.
Sou a única a ter este sentimento?
Texto: A.J.C.
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