Vivemos num mundo repleto de egoísmo e de competição. E não falo só de adultos! Falo de crianças também. Crianças de cinco e de seis anos! Crianças que se acham melhor que as outras e que são fomentadas por pais que só querem que elas vençam para as exibirem nas redes sociais como troféus.
Não dizem ou escrevem «a minha filha lutou e conseguiu!» Preferem dizer: «Os outros são fracos e a minha filha é a melhor!» Menosprezam outras crianças para valorizar a sua.
Tudo isto é apenas e só porque, em conversa com outros pais, fiquei chocada com o que ouvi. Estávamos a falar sobre os desportos nos quais os poderíamos inscrever quando fossem mais velhos.
Os pais – homens – de rapazes, falavam do futebol. As mães de meninas, do ballet. Os chicos espertos… de nada! Estes últimos a dizerem que só colocavam os filhos em desportos nos quais eles se destacassem no plano individual, que chamassem a atenção e fossem melhores que os outros.
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Fiquei chocada e expus a minha opinião! Por que razão não deixavam as crianças fazerem o que quisessem e por que razão querem fomentar para que elas sejam as melhores e não fomentam antes, o espírito coletivo, a entreajuda e o companheirismo para com os outros?
«Não me venha com essas coisas que isso é conversa da treta», disseram-me. E eu não me calei: «Da treta vai ser o seu filho se continuar a ser impingido com esse ponto de vista. Os nossos filhos podem ser os melhores, mas não podem ser obcecados por isso», disse.
E a reposta foi: «Não quer que a sua filha seja a melhor naquilo que faz?» E a minha resposta foi: «Quero que a minha filha seja feliz naquilo que faz… isso sim é o importante!»
Fui “aplaudida” pelos outros pais e o outro “meteu a viola no saco” e seguiu o seu caminho do egoísmo e do egocentrismo. Continuo a achar que os pais são cada vez mais egoístas e só querem que os filhos sejam “objetos” de vitórias.
E isso para mim não funciona.
Texto: Filipa Costa
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