Saúde

Todos os cenários possíveis pelos quais uma mulher com cancro da mama pode passar

Redação
publicado há 6 anos
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Os números de cancro da mama em Portugal são elevados, mas nem sempre as consequências são aquelas que as mulheres pensam.

O site Crescer falou com uma médica especialista em cancro da mama que nos explicou quais as hipóteses de tratamento após uma operação. Tudo está relacionado com as características do tumor e com os resultados da cirurgia.

«É variável. Nós [médicos] abordamos os tumores de acordo com as características deles. Por exemplo, eu tenho olhos castanhos e cabelo castanho, a outra pessoa pode ter olhos azuis e ser loira. Os tumores variam, tal como nós, somos todos diferentes», começou por explicar a médica.

No que toca ao tempo, a especialista referiu: «Fazendo o diagnóstico, numa instituição, privada, o diagnóstico pode ser feito em duas semanas e ser operada no dia seguinte».

Operação é normalmente o primeiro passo

 

Em grande parte dos casos, a cirurgia é o primeiro passo. Porém, também existem doentes que começam por fazer quimioterapia.

«De acordo com as características de cada tumor, decidimos o tratamento a fazer a seguir. A operação normalmente, e de acordo com as características do tumor, é o primeiro passo a fazer. Há senhoras que primeiro fazem quimioterapia, mas a maioria faz primeiro a cirurgia de entrada.»

Após a operação, «se as características do tumor foram vistas na biópsia de entrada, provavelmente, não irá fazer mais nenhum tratamento, como a quimioterapia».

Se a situação for mais grave, a quimioterapia e a radioterapia entram na equação. «Se o tumor tiver determinadas características, determinado tamanho e se a avaliação da axila for positiva, tem de fazer outros tratamentos. Não é linear», constatou a especialista.

Influência da idade da mulher

 

«Normalmente os casos de tumor em mulher novas (abaixo dos 37) são mais fortes». Mas a idade pode não influenciar diretamente.

A especialista neste tipo de cancro disse-nos ainda que «se a pessoa não tiver historial na família de um caso de cancro não é nada demais. Por ter 45 anos pode nem precisar de medicação nem nada. Apesar de ela ser considerada nova, não é dramático».

Cirurgia não obriga a retirar a mama por completo

 

Na hora da cirurgia, existem duas hipóteses. Se se fizer uma cirurgia conservadora – em que se manteve a mama -, à partida a mulher terá de fazer radioterapia. «Se retirou a mama e fez reconstrução já não é assim.» Neste caso a quimioterapia pode ser o próximo passo.

«O tratamento após a cirurgia é sempre decidido numa reunião multidisciplinar. São consultados os médicos que operam, os que fazem radioterapia, quimioterapia, os colegas que veem as peças na anatomia patológica, os colegas da radiologia, da imagem. É uma decisão conjunta.»

Tratamentos podem durar entre um mês e seis meses

 

Dependente do que os resultados revelarem a mulher pode não ter de fazer tratamento, pois pode ter de recorrer à radioterapia ou à quimioterapia. Cada um destes tem durações diferentes.

«Caso tenha de fazer quimioterapia, os tratamentos demoram, em média, seis meses. Depende dos medicamentos que se fazem e do número de ciclos. No caso da radioterapia, faz entre 25 e 30 sessões, diárias, o que demora cerca de um mês e fica resolvida.»

Perda do cabelo é provável em caso da quimioterapia

 

Se os resultados da operação obrigarem a mulher a fazer quimioterapia, «a perda do cabelo não é estritamente necessária, mas é muito provável. A medicação que é conciliada com a quimioterapia faz perder o cabelo», constatou. «Na radioterapia já não acontece. A radioterapia são umas luzes sobre a mama, como se estivesse uma semana na praia a apanhar os raios de sol na hora de maior calor», continuou.

As mudanças corporais após a cirurgia

 

As mamas são uma das partes do corpo que contribuem mais para a autoestima de uma mulher e o cancro pode obrigar à mudança das mesmas. Porém, a medicina já está preparada para solucionar este efeito. «É possível colocar logo um expansor, que fica com um aspeto natural na mesma», explicitou a médica.

Dado que o silicone não pode ser colocado logo na cirurgia de entrada e, caso a mulher tenha de retirar a mama por completo, «pode pôr uma prótese provisória». Esta solução evita as diferenças e não se notam por baixo da roupa.

Quando a luta chega ao fim

 

Quando a luta termina em vitória, o acompanhamento é fulcral. «As senhoras fazem uma vigilância de quatro em quatro meses, nas consultas. Isto acontece nos dois primeiros anos. Depois fazem consultas de seis em seis meses», constatou.

A médica especialista desta doença oncológica referiu ainda que: «Os exames são anuais. Durante, pelos menos, cinco anos têm de ser acompanhadas».

Risco de cancro aumenta após a primeira luta

 

«Uma pessoa que já sofreu de cancro da mama, tem 25 por cento de hipóteses de voltar a desenvolver novamente uma doença oncológica. Isto são probabilidades, cada um tem a sua realidade. Mas quem já teve, tem um risco maior de vir a desenvolver novamente», acabou por dizer.

 

Texto: Mariana de Almeida

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