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A ti que és mãe (ou vais ser)

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publicado há 6 anos
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Ninguém nos disse a verdade sobre isto de ser mãe.

A verdade é que sim, dizem. Nós é que não queremos acreditar.

Primeiro porque estamos cheias de hormonas e regra geral, apesar de gigantes, com pés inchados, com dores nas costas, com ciática, com hemorróidas, tudo parece maravilhoso. Sentimo-nos lindas e com um brilho irrepetível. Como é possível a maternidade não ser só maravilhas?

Depois o parto, a maior emoção da vida, tantas vezes quantas acontecerem, o bebé pequeno, frágil e tão dependente de nós. O cheiro, o calor, a pele sedosa. Ainda agora aconteceu e já não imaginamos a nossa vida sem este pequeno ser. A vida que tínhamos para trás, parece agora distante. Memórias.

A partir de agora o tempo urge. A recuperação do parto, a subida do leite, as noites difíceis, as cólicas, as primeiras dúvidas, os choros (do bebé e nosso), os dias intermináveis sozinhas com o bebé, a confusão em casa. Tudo isto que hoje é, ou será, passado. Uma lembrança distante.

Os dias passam depressa de mais. Ainda «ontem» eras um bebé. Hoje tens quereres, fazes birras despropositadas, sabes tanta coisa, tens tanto de mim. Tantas vezes pensamos nuns dias sozinhas mas, logo de seguida, também nas saudades imensas que vamos sentir.

E de repente desde que nos tornamos mãe, entramos num outro fuso horário. Num onde viajamos muito rápido. Onde tão depressa queremos congelar o tempo como ver o que o futuro nos reserva. Mas sempre com muitas saudades do passado.

E a dualidade da maternidade é acima de tudo o facto deste grande amor, que nos invade o coração, toma conta do espírito, e nos consome a energia, ser o mesmo que nos dá forças para seguir. Para continuar e melhorar. Para nos excedermos todos os dias neste papel de mãe.

É só não nos esquecermos que por vezes, para o melhor desempenho neste papel, temos de sair dele e sermos apenas a mulher que nos levou a este sonho.

 

 

Texto: Filipa Gonçalves, no blogue Hands Full

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