Saúde

Tratamento contra leucemia pode levar ao desenvolvimento de obesidade

Redação
publicado há 5 anos
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Crianças com leucemia linfoblástica aguda têm uma maior probabilidade de sofrerem um aumento de peso durante o tratamento.

Agora, investigadores do St. Jude Children’s Research Hospital, nos Estados Unidos, descobriram que esse problema tem início durante o tratamento e sugerem que os clínicos devem considerar uma intervenção precoce.

Os medicamentos usados na quimioterapia para tratar a doença contribuem para uma infinidade de problemas, um dos quais é um aumento do risco dos pacientes se tornarem obesos ou com excesso de peso.

Por outro lado, porque os pacientes se encontram em fase de crescimento, a terapia também pode afetar a sua altura.

Os investigadores estudaram 372 crianças com leucemia linfoblástica aguda e analisaram as mudanças no índice de massa corporal (IMC), altura e peso na altura do diagnóstico até aos cinco anos da terapia.

As descobertas mostraram que a obesidade era um fator prevalente e que o crescimento em altura, especialmente em pacientes com fatores de risco identificados, era frequentemente comprometido.

Intervenção precoce é fundamental

«Uma vez que descobrimos estes grandes aumentos no IMC ao longo do tempo, acreditamos que tem que ser feita uma intervenção», disseram os investigadores.

Mas quando se deve intervir? «O mais rápido possível», afirmaram.

«Em toda a população estudada, encontrámos um aumento de peso estatisticamente significativo, mesmo durante a terapia de indução de remissão. É nessa fase que observámos uma necessidade de intervenção.»

Para abordar o aumento de peso, os investigadores sugerem intervenções precoces.

Essas intervenções incluem a educação dos pais e responsáveis sobre dietas adequadas e exercícios, que abranjam desde a redução da ingestão de açúcar à obrigatoriedade de algum tipo de atividade.

Para a questão da altura, os especialistas recomendam avaliar os pequenos pacientes quanto a deficiências nos níveis da hormona de crescimento.

Intervenções terão de ser adaptadas aos tratamentos

Contudo, existe uma questão que pode levantar alguns problemas. «Nós precisos de intervenções mas, ao mesmo tempo, temos que adaptar essas intervenções tendo em conta as terapias utilizadas», referiram os investigadores.

E é aqui que reside o problema: medicamentos como os glicocorticoides estimulam a produção de gordura e de apetite.

Além disso, o tratamento do cancro pode causar náuseas, dor e fadiga, o que faz com que muitos pacientes não se alimentem de forma saudável e não estejam em condições de serem fisicamente ativos enquanto são sujeitos às terapias.

Esses fatores podem levar ao aumento do risco de obesidade, o que pode resultar numa substancial morbidade física e psicossocial, podendo promover infeções e afetar a pressão alta e a saúde óssea.

Por outro lado, o tratamento também pode causar problemas de crescimento. As crianças mais novas podem superar esse problema, pois elas ainda crescem após o término da terapia, mas as crianças mais velhas podem sofrer mais por estarem num estágio posterior de desenvolvimento comprometido com a terapia.

Tratamento devia ser acompanhado por equipa multidisciplinar

«Queremos criar uma abordagem multidisciplinar no trabalho com os pacientes e os seus pais, incluindo conhecer a família onde estão e descobrir quando é que eles querem, ou estão prontos, para fazer algumas mudanças», explicaram os cientistas.

A investigação recomenda o uso de uma equipa de oncologistas, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos e endocrinologistas para intervir no início da terapia de forma a estabelecer uma dieta e um nível de atividade adequados que o paciente e a família possam manter.

«Esperamos que as novas opções terapêuticas possam diminuir a intensidade da quimioterapia e manter os tecidos normais intatos, mas, até lá, estamos a colaborar com vários departamentos clínicos para ajudar a garantir uma boa qualidade de cura e uma boa qualidade de vida na sobrevivência.»

Os resultados deste estudo foram publicados na revista Cancer.

 

 

 

Fonte: Portal de Informação Português de Oncologia Pediátrica

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