Muitos são os adolescentes e pré-adolescentes que procuram ajuda psicológica por distorção da imagem corporal. O vazio interno é de tal forma grande, que necessitam ter um corpo perfeito para se sentirem felizes.
Esta é uma situação que abrange todas as idades, desde meninas com 12/13 anos, já com preocupação excessiva com a aparência, até homens com 45/50 anos. Infelizmente estamos na era do “culto do corpo”.
Embora esteja traçado um perfil mais frequente, sexo masculino entre 18-35 anos, do meio urbano, a minha prática clínica mostra-se mais abrangente.
1. A ditadura da beleza, é um desafio psicológico
O estilo de vida saudável passa a obsessão, quando passa o limite do “normal”. Ou seja, é considerado um comportamento patológico, quando impede o sujeito de viver com qualidade de vida; quando alguém fica frustrado e em sofrimento por não conseguir ir um dia ao ginásio; quando se tem pensamentos e comportamentos recorrentes e obsessivos em função do corpo e da aparência; quando implica atitudes e pensamentos que causam sofrimento psicológico; quando o comportamento afeta a saúde física ou mental; quando estamos perante VIGOREXIA (transtorno dismórfico muscular) – obsessão pelo corpo perfeito, onde há uma constante insatisfação com o corpo independentemente dos resultados do ginásio ou das cirurgias; prática exagerada de exercício; obsessão pela aparecia; não reconhece nem percebe avanços do corpo; o resultado nunca é suficiente; busca constante da aparência perfeita; quanto mais treina, mais se sente insatisfeito com o resultado; a imagem que tem de si, não corresponde à realidade.
2. Desta patologia podem resultar:
- Mudanças de humor drásticas;
- Cansaço constante;
- Irritabilidade;
- Ansiedade grave;
- Problemas de autoestima, automutilações por não conseguirem chegar ao corpo perfeito;
- Ataques de pânico;
- Depressão;
- Frustração constante;
- Vigorexia, bulimia, anorexia ou mesmo danos físicos graves;
- Lesões, dores musculares;
- Depressão;
- Taquicardia, entre outras.
Sintomas
Como familiares podem identificar para conseguir ajudar:
- Visão distorcida do corpo;
- Nunca são suficiente os resultados;
- O sujeito passa horas excessivas no ginásio;
- Não valoriza sintomas de fadiga, cansaço;
- Fraqueza frequente muscular;
- Irritabilidade;
- Insónias;
- Depressão, ansiedade ou fome frequente.
Habitualmente, as causas estão relacionadas com distúrbios de autoimagem; distorção da imagem corporal; baixa autoestima; dificuldade em ser aceite ou aceitar-se; complexidades relacionadas com sexualidade; perseguições ou abusos sexuais.
Os “milenium” acreditam que para serem felizes, têm de ter o corpo perfeito. Todos temos de ter um corpo atlético, mesmo que a profissão obrigue a estar 08:00 a 10:00, sentado numa secretária ou num balcão. Enfim, já começa com os pré-adolescentes nas escolas, e todos temos de ser super homens e super mulheres, independentemente do estilo de vida, idade ou cultura.
Uma coisa é estilo de vida saudável, outra é obsessão pelo corpo perfeito.
Artigo de Bárbara Ramos Dias Psicóloga Adolescente e Coach Parental Autora do livro “Respostas simples às perguntas difíceis dos nossos filhos” Contacto: 919232984