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Pesadelo em silêncio: «A minha sogra maltrata-me, mas nunca contei a ninguém»

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publicado há 5 anos
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Tenho vivido um verdadeiro pesadelo em silêncio. Se calhar vão achar que sou burra e que devia falar. Mas a situação é mais complexa do que pensam.

Sempre sonhei com um casamento feliz. Mas nunca pensei que a minha sogra seria o meu maior problema. Estou casada há três anos e ainda não temos filhos. Deixei a pílula recentemente, mas vou ser sincera… Não sei até que ponto a minha ansiedade não vai estragar tudo. Não sei se vou ser capaz de engravidar vivendo com tanta angústia.

Durante o namoro ela até era tranquila. Mas depois a coisa foi piorando… tudo porque decidimos viver juntos. É normal, não? As pessoas crescem, namoram, querem construir uma família! Ela própria o fez. Mas sinto que lhe roubei o filho. Aliás, sinto que ela o encara assim.

Então, juntámos os trapinhos e alugámos uma casa na zona onde vivem os meus sogros – o meu maior erro! Ai se eu adivinhasse o que aí vinha… Os meus pais vivem no Algarve, por isso achámos que seria um bom apoio ter os meus sogros por perto, até porque queremos muito ter filhos.

A última noite do João em casa dos pais foi terrível. Todo um drama com a mãe a chorar de um lado e o pai a acalmá-la do outro. O meu sogro é um gajo inteligente, calmo e dedicado à família. É alguém mesmo muito paciente… para aturar uma mulher daquelas. O João só se ria e dizia que não era o fim do mundo. Mas na primeira visita à nossa casa, eu senti no olhar dela a raiva e a mágoa que estava a sentir. Criticou tudo. O filho deu um murro na mesa e a partir daí tudo mudou… para pior.

Faz-me a vida negra, nas costas do filho. Aliás nas costas de toda a gente. Critica a maneira como limpo e arrumo a casa, acha que sou muito nervosa e não vou ser boa mãe, está sempre a menosprezar os pratos que cozinho… Constantemente a fazer chantagem psicológica comigo. Constantemente. Ainda não tive coragem de falar abertamente com o meu marido. Tenho medo que ele leve a mal e que desvalorize. Mas até a roupa me apanha quando lá vai… mas não para ajudar, é para me atirar à cara que eu não faço nada.

Estou desgastada… sinto que não sou a nora que ela deseja. Estou triste e só espero que isto seja uma fase.

 

 

 

Texto: Gabriela Pereira

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