Educação

Eis o “manual” que faltava para ajudar os pais na educação dos filhos

Filipa Rosa
publicado há 5 anos
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“Respostas simples às perguntas difíceis dos nossos filhos”. Este é o nome do livro de Bárbara Ramos Dias que promete ser uma ajuda crucial na educação de crianças e adolescentes. O site Crescer entrevistou a autora, que é psicóloga e mãe de três crianças.

Bárbara Ramos Dias garante que muitos desafios nascem na falta de comunicação entre pais e filhos ou entre alunos e professores. Aprender a ouvi-los, a perceber os seus sentimentos e inquietações é essencial para melhorar esta relação.

Site Crescer: O que a levou a lançar este livro?

Bárbara Ramos Dias: Foi a convite da Manuscrito fazer uma compilação da experiência de prática clínica de 20 anos, associada à experiência de ser mãe de três doces pestinhas e quatro sobrinhas. Ao longo destes anos, muitos pais, avós e até tios têm ligado a pedir ajuda para responder aos miúdos ou como lidar com birras, alternativas ao castigo, sendo que este livro aborda todas estas questões.

Acha que todos os filhos deveriam nascer com uma espécie de manual de instruções?

Seria engraçado, mas não é possível, uma vez que todos nós somos diferentes, temos culturas, religião, tipos de personalidade distintos, sendo que nem tudo o que serve para uns, serve para outros. Não há “as respostas certas”, há um caminho para lá chegar. Para mim o mais importante nesse manual seria um pouco como este livro um guia para falar com amor, honestidade, simplicidade, clareza e sempre bom senso e atenção à idade e maturidade da criança.

Nas suas consultas encontra muitos pais desesperados?

Sim, muitos, porque não sabem lidar com birrar, outros porque os miúdos não fazem o que eles mandam, outros que vivem em constante discussão, outros porque se queixam de que os filhos não partilham as suas histórias, outros ainda porque os filhos se isolam no quarto, outros porque descobriram que os filhos consomem drogas ou automutilam-se, outros para saber como motivar os filhos a estudar, outros para saber como tirar os filhos do PC e telemóvel o dia todo, enfim… as causas são inúmeras.

É fundamental sabermos responder sempre a todas as perguntas dos nossos filhos?

É crucial responder sempre. Pergunta nenhuma deve ficar sem resposta. Até porque se eles não obtiverem respostas pela nossa boca, irão procurar junto dos amigos ou da Internet. Sendo que poderão ter respostas de todo adequadas à sua idade ou maturidade.

Não faz mal dizer «não sei, mas vou descobrir e depois explico» (eles aprendem que também nós adultos, estamos sempre a aprender e que todos os dias conhecemos coisas novas, e que não faz mal não saber) ou «pergunta ao pai, porque ele domina mais esse assunto do que eu» ou «estou cansada, agora não consigo pensar, mas daqui a pouco já te explico», mas deem sempre respostas.

O importante aqui é perceber o que eles já sabem e explicar o que perguntam consoante a sua idade e maturidade. adaptando uma linguagem simples e verdadeira.

E quando se fala em educar as crianças, acha que também os pais precisam de ser educados?

Sim, a maioria dos pais precisam de dicas importantes para saber melhor comunicar com os filhos e principalmente fazerem-se ouvir. Todos nós estamos em constante aprendizagem e nós todos enquanto pais ainda mais. E não faz mal errar. Temos a vida toda para treinar e fazer cada vez melhor. Vou pensar fazer um curso de educação parental…

Não há regras para educar crianças… mas acredita que haja pais com maior dificuldade?

É tudo uma questão de bom senso, as regras são as mínimas. Mas também há muitos pais cansados, stressados e sem tempo, ou sem saber gerir o tempo ou mesmo ter tempo pessoal.

Sendo mãe, é para si mais fácil falar e lidar com outros pais e crianças?

Sim, sem dúvida, o facto de ser mãe de três crianças dá-me outra experiência, e os pais também percebem que não é só teoria, que a aplico nos meus filhos, que tenho dúvidas como todos os pais, que erro, que assumo e peço desculpa. Muitas vezes dou alguns exemplos práticos da vida diária com os meus filhos, para que os pais sintam que não são os únicos a passar por certas dificuldades. É complexo educar, mas com amor e boa saúde mental, tudo se faz.

O que dá mais dores de cabeça aos pais: bebés, crianças ou adolescentes?

Depende muito das experiências dos próprios pais, das suas memórias enquanto filhos e de outros fatores externos. No entanto, a fase em que os pais pedem ajuda é na altura dos três ou quatro anos, altura das birras. Na fase dos 10/11, com todas as dúvidas características dessa mudança e depois aos 14/15 quando começam a querer sair à noite e inicia novas experiências. Recordo que se os pais estabelecerem balizas desde pequenos, é mais fácil manter as regras e os limites em adolescentes.

Ser firme, não ceder e ao mesmo tempo que dar amor, conforto, deixar cair, mas estar ao lado e ajudar a levantar, é crucial para um bom desenvolvimento e crescimento emocional. E isto é igual para todas as idades.

Recomenda a todos os pais comprarem este livro mesmo antes do bebé nascer?

Sim, até porque nos primeiros capítulos abordam muito a gestão de conflitos, o aprender a falar de modo a que nos oiçam, a importância de saber ouvir, formas de lidar com baixa autoestima, e isso é importante em qualquer relação ou idade. Muitos pacientes que têm lido o livro, dizem-me que lhes foi muito útil ao próprio relacionamento amorosos e que têm pena que os pais não tenham lido, porque mostra muitos exemplos práticos e discursos que existem na maioria das nossas casas.

Assim, aconselho vivamente a todos que leiam este livro.

Alguma dúvida, questionem [email protected], porque dúvidas não trazem resultados!

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