Bebés/Crianças

Nunca come tudo o que está no prato?

Redação
publicado há 6 anos
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Costuma insistir para que o seu filho coma tudo o que tem no prato? Obriga-o a comer quando ele diz que já não tem fome? Se o faz, pode estar a cometer um erro, pois o apetite da criança deve ser respeitado.

Forçar o seu filho a comer mais do que lhe apetece pode conduzir a maus hábitos alimentares e a um aumento de peso. No seu mais recente estudo sobre os hábitos alimentares das crianças, a Deco concluiu que um terço dos pais «controla em demasia a alimentação das crianças, metade reconhece que as força a comer tudo o que está no prato e um quinto confessa que usa a comida como prémio».

Atitudes como estas podem incutir comportamentos alimentares desajustados e dificultar o controlo de peso.

O apetite da criança deve ser respeitado

 

Não deve obrigar o seu filho a «limpar o prato». «A menos que esteja doente, a criança tem capacidade autorreguladora em termos alimentares», explica Osvaldo Santos, psicólogo que coordenou o estudo.

Sinais exteriores de que necessita de comer mais podem criar confusões relativamente às suas necessidades. «Insistir é promover o excesso alimentar, que a longo prazo promove ganho ponderal e pode levar à obesidade.» Marline Furtado, nutricionista, reforça que «o apetite da criança deve ser respeitado», porque, caso contrário, «ela pode não se sentir valorizada».

Quando come além das suas necessidades, sem que haja um dispêndio de energia, poderá existir um aumento de peso. «E na idade adulta tenderá a repetir esses hábitos da infância.»

Por isso, deve insistir-se apenas «dentro do mínimo razoável» e não deixar que depois vá comer iogurtes, bolachas ou outros alimentos. «Se não tem apetite para a refeição, não vai comer nada extra.»

Educar o paladar

 

Quando o seu filho não quer comer determinado alimento, a postura já deverá ser diferente. Pedro Graça, diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, da Direção-Geral da Saúde, lembra que «o gosto por determinados produtos hortícolas não é inato», além de que as crianças tendem a «escolher sabores mais fáceis, como os salgados e os doces».

Por isso, defende, é importante «insistir de forma pedagógica, mas sem uma pressão forte» para que adquira gosto por alimentos saudáveis. Entre os 667 pais de crianças que responderam ao inquérito da Deco, 72% admitiram que proíbem a sobremesa às crianças se estas não terminarem o prato.

E cerca de 20% recompensam os bons comportamentos com alguns alimentos. «A comida deve dar prazer, não deve ser usada como sistema de punição ou reforço», destaca Osvaldo Santos.

Mais de um quinto dos entrevistados usam a comida para combater a tristeza e ansiedade dos filhos. «Isto pode levar a que seja comparada com algo emocional», destaca Marline Furtado, lembrando que são práticas que podem conduzir a doenças de comportamento alimentar.

COMO CRIAR BONS HÁBITOS

– Cozinhe com as crianças e incentive-as a provar todos os alimentos
O paladar educa-se. A exposição desde tenra idade a sabores variados facilita a aceitação de novos alimentos, permite enriquecer a dieta e cimenta hábitos para a vida. Se necessário, emprate de forma divertida para estimular a prova.

– Mantenha horários regulares para as três refeições principais
Sempre que possível, faça-as em família, com a televisão desligada. Aproveite para conversar. Assim, torna o momento mais agradável e todos comem mais devagar. Reserve, no mínimo, meia hora para cada refeição e não force os mais pequenos a comer mais do que lhes apetece.

– Evite ter bolachas, batatas fritas, bolos e outros doces na despensa ou guarde-os fora da vista e em locais inacessíveis às crianças.
Assim, evita tentações e consegue controlar melhor o consumo.

– Incentive a prática desportiva e as brincadeiras ao ar livre.
As organizações de saúde recomendam, no mínimo, uma hora de exercício, pelo menos, cinco dias por semana. Podem ser atividades estruturadas, como futebol ou dança, ou simplesmente brincar à apanhada no parque.

 Texto e agradecimentos: DecoProteste

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