Família

Avós: A dor que não sai do peito quando eles desaparecem

Filipa Rosa
publicado há 6 anos
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Escrevo para todos aqueles que acham que os avós são chatos. Para os que pensam que ‘é uma seca’ ir almoçar aos domingos com os ‘velhos’. Mas «velhos são os trapos», já dizia a minha avó.

Escrevo para as meninas com a mania das dietas, que se recusam a comer aquele prato delicioso e calórico preparado pela avó. Para os que preferem gastar as férias todas com os amigos em noitadas, flirts, fotos de Instagram e ressacas.

Não há tempo para os ‘velhotes’. Chega bem lá ir a casa uma vez por semana ou por mês, quando dá. Os avós são fixes… no Natal quando nos dão aquele presente que tanto pedimos. Na Páscoa e no Dia da Criança quando nos compram uma lembrança, mesmo quando já estamos nos 30 anos.

Depois há aqueles que valorizam os avós, mas esquecem-se que eles não são eternos. Não os mimam enquanto é tempo. Não lhes dizem o quanto gostam deles.

Sim, eles desaparecem. Sim, dói muito. Muito muito muito! No fundo tornam-se invisíveis. Porque a sua alma está sempre presente. As recordações não saem de nós.

Um dia o meu filho vai saber o que é este amor. Vai perceber que não há melhor companhia, maior carinho, melhores recordações.

Eles têm o privilégio de nos ver crescer. Nós temos a tristeza de os ver partir. De velhice aceitamos mais facilmente, apesar de custar muito na mesma. Mas de doença… porra, malditas doenças que nos levam quem mais amamos cedo demais.

Dava tudo para os ter cá. Para voltar a abraçá-los, beijá-los, meter-lhes batatas fritas na boca enquanto estão a dormir de boca aberta. Pegar no carro e passear com eles.

Fui muito feliz por passar a minha infância com eles. A minha adolescência… no fundo a minha vida toda (até aos 30), porque nunca os larguei. Nunca estive longe. Nunca me esqueci deles nos dias especiais.

Neste Dia dos Avós não tenho a quem dar uma flor, um presente original e personalizado, um beijinho e um abraço forte. Não tenho a quem chamar ‘avô’ ou ‘avó’. Que dor no peito é esta? Será eterna? Nem quero pensar quando forem os meus pais…

Por enquanto aproveito a vida com eles no meu pensamento. Ensino o meu filho a amar os avós como eu amei os meus. E acho que estou a fazer um bom trabalho.

E agora vou só ali limpar as lágrimas.

Um dia alguém disse…

«Os avós que participam na infância dos seus netos deixam vestígios da sua alma, legados que irão acompanhá-los durante a vida como sementes de amor eterno para esses dias em que eles se tornam invisíveis».

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