Família

Três filhos, três nacionalidades diferentes! Esta é a história da família Oliveira Silva!

Andreia Costinha de Miranda
publicado há 4 anos
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Esta podia ser uma reportagem feita com os intervenientes a trabalhar ou a passear por qualquer parte do mundo, ou não fossem todos eles muito viajados e com uma história de vida digna de um conto de fadas.

O agregado familiar é composto por cinco pessoas! Taynah Oliveira Silva é casada com Dário e ambos são pais de Alexandre, de 11 anos, de Benjamin, de seis e de Tomás, de 15 meses, «cada um deles nascido num canto do mundo.» E a história desta reportagem foca-se essencialmente nisso. Mas já lá vamos!

«Sejam bem-vindos a bordo, somos a família Oliveira Silva»

«O oceano Atlântico é uma eterna paixão. Nos últimos onze anos atravessámos e viajámos por ele três vezes. Em cada atracar um país diferente. Lembro-me, até hoje, do frágil e delicado barquinho da primeira viagem. Dois jovens marujos com pouca e quase nenhuma experiência de velejo no auge da sua irresponsável adolescência». É assim que Taynah começa por nos explicar a aventura de vida desta família.

«No nosso diário de bordo narramos as mais belas aventuras, dos cinco tripulantes. As suas conquistas, as suas aprendizagens e as suas técnicas de navegação. Garantir que a próxima geração saiba navegar pelas águas turbulentas da vida é fundamental e o nosso dever. Nunca nos falta o espírito de aventura, coragem, perseverança e amor. Sejam bem-vindos a bordo, somos a família Oliveira Silva», anuncia.

«Fui pedida em namoro pela pessoa que se tornou, “sem querer”, no meu primeiro e único amor»

Antes de ser mãe, Taynah já tinha mudado de país quatro vezes. Teve a infância marcada pelas idas e vindas do Brasil para a Bélgica e da Bélgica para o Brasil. É apaixonada pela dança e pelo mar. Era, e continua a ser, uma romântica. Daquelas que sonhava na infância em morar em castelos e vestir vestidos rodados.

Não vive num castelo, nem veste vestidos rodados, mas tem uma vida de sonho. Conheceu o – agora – marido aos 15 anos. E desde então nunca mais se largaram. «Tinha acabado de me mudar pela quarta vez para o Brasil e estava fascinada com os dias quentes, as novas amizades (…) E como qualquer adolescente não levava nada a sério. Nada é definitivo nessa idade e nem deve ser mesmo. Conheci o Dário nas semanas seguintes, aproximámo-nos e estávamos a conhecer-nos a cada dia, mas não acreditava que podia surgir um romance. Levei a nossa história como uma amizade sem futuro algum. Foi sem pretensão nenhuma que me deixei envolver e encantar. Um ano depois, em 2005, fui pedida em namoro pela pessoa que se tornou, “sem querer”, no meu primeiro amor. Meu primeiro e único amor. As nossas almas rodaram países e Estados até se encontrarem. Por sorte do destino, na adolescência», revela.

«A minha primeira gravidez foi acompanhada de grande medo»

Por volta dos 18 anos fizeram a primeira viagem juntos. Estávamos em 2007 quando Taynah e Dário se “puseram a caminho” pelo Mundo. «Em julho de 2007, emigrámos pela primeira vez juntos, deste lado de cá do oceano Atlântico, na Bélgica. Estávamos eufóricos, foi a nossa primeira viagem internacional, a nossa primeira mudança juntos de continente», recorda.

«Passámos as nossas primeiras férias de verão na Benidorm, Espanha», continua.

Mal o casal sabia que não viaja sozinho. «Em setembro a dúvida surgiu. A minha menstruação estava atrasada. Convenci-me de que não era nada de mais. Mas no fundo eu já sabia. Toda a mulher sabe e sente. Lembro-me de estar a olhar para aquele teste de gravidez e pensar: “positivo e agora?” A minha primeira gravidez foi acompanhada de grande medo. Tinha medo de como as nossas vidas mudariam dali para frente, tinha medo de não saber ser mãe e tinha medo que aquela notícia não fosse bem recebida por todos. Porém, bem lá no fundindo, existia um contentamento. Estava feliz», garante.

Sendo ainda muito jovens, viveram em casa dos pais, estudavam, Dário trabalhava à noite e a 24 de abril de 2008 nasceu Alexandre, o primeiro amor do casal. Um bebé belga, país onde ficaram até 2011, mais precisamente em Bruxelas.

«Neste meio tempo conhecemos a Bélgica por completo, passamos por Bruges, Antuérpia, Anvers, Ostende, Dinant, Ardennes e várias outras cidades. Conhecemos também Amesterdão, na Holanda e por fim, Paris, em França. Só tenho um arrependimento desse tempo: não ter viajado mais! Temos muitas memórias desses três anos que moramos na Bélgica. Mas antes de mais nada aprendemos a ser pais e família. Até que surgiu uma oportunidade de voltar para nossa terra, nossa eterna casa, nossa pátria. Morar fora nunca é como morar no Brasil. A saudade é uma companheira diária», realça.

«Recomeçar é sempre difícil»

Em maio de 2011 deu-se o regresso ao Brasil. Recife foi a escolha. Dois anos depois… eis que Taynah voltou a engravidar. Benjamin «nasceu a 10 de abril de 2013» em terras de Vera Cruz. 

2016 foi ano de fazer as malas novamente e aterrar em Portugal. «Estamos aqui desde então. Recomeçar é sempre difícil. Ainda mais num país novo. Demanda coragem e determinação. Mas é possível nos encontrarmos, ainda que leve um certo tempo. É possível nos sentirmos em casa», garante.

Um ano depois… Eis outro filho com outra nacionalidade. «Engravidei do Tomás. Foi uma gravidez super tranquila e a mãe que sou hoje, definitivamente, não é a mãe que fui há dez anos. Estou bem mais descontraída e segura», assume.

«Em três anos, foram quatro casas e quatro trabalhos diferentes, até que o meu marido pudesse entrar no mercado de trabalho da sua formação. Queremos conhecer cada cantinho deste país, conhecer a sua história e a sua cultura. Estamos fascinados e encantados com a beleza. São memórias que levaremos para onde quer que vamos», realça.

Sendo uma família tão viajada, onde será que Taynah e Dário quererão criar os filhos? Haverá algum país de eleição? «Não sabemos até quando estaremos aqui!  Somos barcos, estamos constantemente em movimento. O nosso lar virou o mundo. Deixaremos como herança para os nossos filhos, a coragem de ir atrás de novos horizontes, de não temer recomeçar quantas vezes forem necessárias, desapegar das coisas e levar pessoas e lugares no coração», revela.

Tento mostrar que a maternidade pode ser leve, ainda que seja árdua

Atualmente, este casal mora em Setúbal, mas estão «em mudanças.» «Não sabemos se continuaremos em Setúbal ou vamos para mais perto do trabalho do meu marido, em Lisboa. Nos últimos três anos – quase quatro – que estamos em Portugal, já estivemos em quatro moradias diferentes, indo a caminho da quinta», conta.

Taynah é mãe a tempo inteiro, mas a profissão de designer e a página de Instagram, Casa com 3 ocupam também grande parte do dia desta mulher. «O meu dia é entre beijos, abraços apertados, levar e buscar na escola, trocar fraldas e dar a maminha, alimentar e cuidar da rotina da casa. Nada que as mães a tempo inteiro não o façam. Para além disso, escrevo textos para as legendas das fotos que publico no meu Instagram e crio artes e identidades visuais para empresas», dá a conhecer.

 

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Quase três anos que estou aqui no Instagram. Nunca imaginei, la atrás quando abri esse espaço para dividir o dia-a-dia das crianças com minha família, que ele seria o pontapé para tanto crescimento. E não estou falando do crescimento do IG não viu, é do meu crescimento pessoal. Esse espaço me deu um novo fôlego, uma nova perspectiva, uma nova chance. Me deu, através dos meus textos, oportunidade de colocar sentimentos em palavras. Colocar para fora, deixar registrado. Tem alertas tão profundos que para quem não conhece a história por completo mal identificará. Não é fácil se despir e colocar o que vem na alma, sem rodeios, sem filtro, da forma que ela estiver. Não é fácil mergulhar nas profundezas. Mas eu aprendi que a maternidade é uma variável onde o caos e o amor dançam alternadamente. Bailar conforme a música e abraçar o caos, virou meu lema, uma lição que só a coragem de mergulhar em mim me trouxe. No caminho, ao escrever, fui curando feridas e me desfazendo de conceitos e préconceitos meus e alheios que eu carregava até sem saber, sem me dar conta do peso que isso me custava. No caminho, ao escrever, fui me conectando comigo mesma, fui nas profundidades, em lugares onde há pouca luz. No caminho, ao compartilhar, me acolhi e me fortaleci muito mais que empoderei. No caminho me conectei com dezenas de outras mulheres que se identificaram com o meu caminhar. No caminho, ao acolher, fui acolhida e amada. E há tanto caminho a se percorrer! Até aqui só tenho gratidão pela companhia neste transformar. Meu transformar. E é graças a essa rede de apoio tão incrível, corações por detrás dessa tela que me lê! Sim você, gratidão por estar aí! Estou pronta, vamos juntas? . Texto: Taynah Silva – @casacom3

Uma publicação partilhada por Taynah Silva (@casacom3) a

E para quem ainda não segue, o que se pode ver na página de Instagram Casa com 3? «Meu Instagram tem como missão: acolher, fortalecer e apoiar outras mães através dos textos que publico e do dia-a-dia que partilho nos stories. Luto pela valorização e pelo ganhar de poder das mulheres que escolhem criar e participar do crescimento dos seus filhos», comenta.

«É um trabalho invisível e de grande preconceito ainda nos dias de hoje. Tento mostrar que a maternidade pode ser leve ainda que seja árdua. Pois, por ser uma mãe de três crianças, sei que a maternidade é uma variável onde o caos e o amor dançam alternadamente. Bailar conforme a música e abraçar o caos é um lema, uma lição que aprendi ao mergulhar corajosamente nas águas profundas que é a minha maternidade e que tento passar adiante para as recém-mamãs», adianta.

E visto que estamos a falar de um conto de fadas, que título daria Taynah a esta história de encantar? «O meu sonho é publicar um livro. Ainda não está totalmente acabado, mas são planos que pretendo realizar até o fim de 2020, quem sabe. Ainda que tenha muitas histórias escritas e publicadas no Instagram o título é algo que guardo em segredo», finaliza.

Fotos: Reprodução Instagram Casa com 3

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