O desenho infantil, nomeadamente o desenho da família dá pistas sobre o mundo interno da criança num determinado momento. O desenho por si só não nos dá um diagnóstico, é sim uma ferramenta complementar importante que expressa sentimentos e desejos.
O desenho infantil apresenta uma evolução à medida que a criança vai crescendo e amadurecendo física e emocionalmente.
Dos 0 aos dois anos os desenhos são caracterizados por rabiscos não existindo uma relação do desenho com a realidade. Por norma, dos três até aos sete anos dá-se a descoberta da relação entre o desenho, pensamento e a realidade.
Dos sete aos dez anos de idade, a criança desenha de forma mais precisa e o desenho pode conter palavras.
Nos desenhos são analisados:
– O nível gráfico: as figuras, a forma, a amplitude, a força e o ritmo do traçado, a localização (Superior, inferior, esquerda, direita) e o sentido do desenho;
– A estrutura formal: o esquema corporal, estrutura do corpo, tipo sensorial e racional;
– Conteúdo: valorização/ desvalorização de personagem, distância entre figuras, presença de representações simbólicas, supressão de algum elemento e afetividade.
Por toda a riqueza em termos de informação que o desenho infantil nos pode dar, torna-se um instrumento indispensável para a compreensão da perceção da criança em relação ao mundo exterior.
Texto: Inês Palácios, Psicóloga Clínica Barco do Mimo – Cooperativa de Educação Integrada, CRL.