Família

Quando um filho chega pouco depois do outro

Filipa Rosa
publicado há 6 anos
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Planeado ou não, nunca é fácil cuidar de dois filhos com idades muito próximas. O site Crescer falou com três mães que engravidaram do segundo filho… com um bebé nos braços.

Tudo mudou na vida de Cátia Lagartinho Rainho Pereira com a maternidade. Engravidou do segundo filho três meses depois de ser mãe. «Não é fácil! Muitas vezes chega a ser agridoce. São o melhor de mim, mas um filho é um filho. Dois filhos são 20! A idade próxima torna-os demasiado cúmplices, para o bem e para o mal», começa por contar-nos a mãe de Frederico, de quatro anos, e Francisco, de três.

O segundo filho foi planeado e Cátia explica porquê. «Como tenho 12 anos de diferença do meu irmão, na minha infância tudo que mais queria era ter um irmão. Quis(emos) dar esse privilégio aos meus(nossos) filhos.»

 

Muitas vezes os ginecologistas não recomendam gravidezes muito próximas uma da outra. No caso de Cátia foi tudo decidido de forma natural entre o casal. «Não chegámos a conversar com o médico, porque a ideia surgiu de uma conversa de casal, quando o Frederico tinha três meses e como eu estava em casa, desempregada na altura, achámos que poderia ser positivo avançar para uma segunda gravidez. A ideia era começar a tentar, sem pressas. Acreditamos que poderia demorar uns meses, mas aconteceu no primeiro.»

Nem sempre é fácil e Cátia reconhece que gostaria de ter mais tempo para os mais pequenos. «Honestamente, creio que a maior desvantagem/momentos mais difíceis é a falta de tempo que tenho derivado ao meu trabalho, que passa muitas vezes por estar vários dias fora de casa. Vale-me ter comigo um super pai e uma super avó/mãe – a minha!»

Frederico e Francisco são inseparáveis. «Amam-se e odeiem-se. Não sabem viver nem com nem sem o outro.»

Ser mãe é…

«Eu era a melhor mãe do mundo. Até ser mãe. Não há muito que possa dizer ou escrever, sente-se. Ser mãe é tudo elevado ao expoente máximo. O amor e o medo andam de mãos dadas.»

 

Três meninas no espaço de ano e meio

A vida de Filipa Vasconcelos Gonçalves também é recheada de alegria. Foi mãe de três meninas no espaço de ano e meio e não trocava a sua vida por nada. As gémeas de três anos, Beatriz e Constança, foram as primeiras. Pilar veio pouco tempo depois. «Não tomava nenhum contracetivo mesmo muito antes de engravidar da primeira vez. Após uma primeira perda gestacional e, algum tempo para voltar a engravidar, optei por não tomar. A última gravidez aconteceu no meu primeiro ciclo menstrual após a gravidez das gémeas», explica aquela que vive em Inglaterra e abdicou da sua carreira na área de Marketing para ser mãe a tempo inteiro.

«A melhor palavra para descrever esta realidade é exigente. São três bebés com tudo o que tem de cansativo ter um bebé mas vezes três. Sai do pêlo! É uma tarefa sem fim.» Porém, também há vantagens… «Sim, a fase das fraldas é feita de seguida e todo o setup necessário já está montado, ainda estamos com o estado de alerta nocturno ligado, as brincadeiras, programas e atividades são os mesmos, o que permite que sejam feitos em família sem o desmembramento do pai e da mãe para os vários filhos…»

Mas as dificuldades também são muitas. Filipa enumera algumas das desvantagens que sente em relação à proximidade das idades das filhas. «Não ‘aproveitar’ os primeiros bebés, pois a atenção tem de ser dividida… Enquanto são muito pequenos pode ser mais difícil de arranjar quem fique com as crianças para uma saída a dois… No meu caso específico, e porque vivo fora, não posso viajar sozinha com as minhas três filhas, pelo que estamos sempre dependentes de ter de viajar com mais alguém.»

Filipa relata quais os momentos mais difíceis no seu dia a dia ao ser mãe de três crianças tão pequenas. «Sendo ainda tão pequenas a probabilidade de passar muitas horas do meu dia a ouvir chorar é muita. Se não é uma, é uma das outras duas! O fim do dia, quando estamos todas mais cansadas e a gestão dos banhos, lavar dentes, vestir pijamas, etc. Muito provavelmente quando uma adoece passa às outras. Podem ser semanas caóticas e muito esgotantes…»

Ser mãe é…

«Ser mãe é uma das experiências mais incríveis da nossa vida, que começa num dos dias mais emocionantes, o nascimento do bebé!»

 

A «surpresa» da segunda gravidez

A realidade de Ana Rita Borges foi diferente de Cátia e mais parecida com a de Filipa, devido à «surpresa» da segunda gravidez. Quando a filha, Beatriz, tinha sete meses… descobriu que estava grávida de forma inesperada. «Não reagi muito bem. A gravidez não foi planeada e tinha feito uma cesariana sete meses antes…», explica. «Parei a pílula porque não me estava a dar bem e confiei nos métodos naturais e no facto de ainda estar a amamentar bastante e regularmente.»

Apesar de tudo, a maternidade mudou a sua vida e hoje vive feliz com duas meninas, Beatriz, de quatro anos, e Mariana, de três. «Tudo está diferente. Impossível ser igual. As prioridades são outras, as responsabilidades, as horas de sono… Nós passamos para segundo plano… Mas sou muito mais feliz assim!», confessa, recordando que nem sempre foi fácil. «Estão numa fase de desenvolvimento muito próxima, gostam das mesmas brincadeiras, são muito amigas, cúmplices. Entretêm-se muito uma com a outra. Mas principalmente o primeiro ano foi um caos! Hábitos de sono diferentes, comida diferente, brincadeiras diferentes! E as duas muito dependentes da mãe.»

Com duas filhas tão pequenas para cuidar, Ana Rita chegou a sentir-se culpada por não estar a conseguir lidar com o cansaço. «Nos primeiros tempos só via desvantagens… O meu cansaço, o sentimento de culpa por não estar a dar a atenção que achava que devia a cada uma delas… Quando estão as duas doentes. Ou quando ficam doentes uma a seguir à outra e eu estou exausta… Ou quando eu estou doente e tenho de tomar conta delas!», recorda aquela que já pensa no terceiro filho. «Mas agora vamos esperar que estas fiquem mais crescidas.»

Ser mãe é…

«É amar muito. É sentir um orgulho imenso por cada conquista, derreter com cada sorriso. É cansativo, por vezes eles tiram nos do sério. É ter o coração fora do peito, é ansiedade e medo. É alegria, muita felicidade. É tudo isto é muito mais. Fazem com que tudo valha a pena. A vida ganha um sentido diferente.»

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