Bebés/Crianças

Qual a melhor altura para furar as orelhas das meninas?

Filipa Rosa
publicado há 5 anos
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Furar as orelhas a uma bebé está longe de ser consensual. Para muitas mães é uma questão de estética, mas há quem critique e defenda que é a própria criança que deverá decidir quando crescer. Ainda há a questão do risco de infeção.

A nível mundial, entre os profissionais de saúde não há consenso em encontrar a melhor altura para se furarem as orelhas a uma menina. Depende muito de cada cultura. E muito mais importante do que saber quando furar, é saber onde furar as orelhas.

O site Crescer falou com a enfermeira Cátia Godinho, que alerta os pais para uma questão fundamental: o risco de infetar. «A questão vai muito além da dor que a criança possa sentir. A dor existe, mas o ato de furar é tão rápido que o grande problema não está aí… Sabemos que o sistema imunitário do bebé até aos três meses é extremamente imaturo, e qualquer infeção bacteriana pode rapidamente evoluir para sépsis (uma infeção generalizada gravíssima que pode levar à morte)», explica-nos.

Havendo um forte risco de infetar as orelhas, para Cátia Godinho este ato não deveria ser realizado antes dos três meses. «O ideal seria mesmo só após os seis meses, quando a criança já tem, normalmente, as três doses da vacina anti-tetânica. Mesmo em crianças maiores há riscos, mas com a vacinação em dia e o sistema imunitário já mais desenvolvido estes riscos tornam-se menores», alerta aquela que furou as orelhas à filha de seis anos quando esta estava perto dos cinco. «Furou quando pediu. Expliquei todo o processo incluindo que ia doer, e mesmo assim ela continuava a querer, fomos furar e correu bem, pensei eu que ia sair de lá só com uma furada, mas não!»

«No entanto, sei que é uma questão também muito cultural, por exemplo no Brasil sei que é costume furar as orelhas das meninas logo muito cedo, mas do ponto de vista da segurança do bebé, o melhor é mesmo esperar pelos seis meses.»

Quando nem tudo corre bem

Para Raquel Pereira, ter uma menina implicaria logo furar as orelhas assim que nascesse. Quando foi mãe aconselharam-na a esperar até aos três anos da filha. Ela respeitou. Mas nem tudo correu bem. «Fomos muito entusiasmadas à ourivesaria. Ela sempre viu a mãe e as avós com brincos e falava-me nisso. O problema foi a dor. Depois de furar uma das orelhas, gritou e chorou tanto que foi impossível furar a outra. Ainda hoje só tem um furo. Já tem nove anos e não tem coragem para furar a outra orelha. Pode ter ficado traumatizada. E eu arrependo-me muito do que fiz. A minha segunda filha tem atualmente cinco anos e só ela vai decidir quando furar as suas orelhas», conta-nos.

Também para Teresa Gaspar as coisas não correram bem com as suas filhas. As gémeas tinham nascido há quase dois meses quando a mãe decidiu furar-lhes as orelhas, porque pareciam dois meninos. «Só quando as vestia de cor-de-rosa e vestidinhos é que toda a gente percebia que eram meninas. Falei com o meu marido e decidimos furar as orelhas às nossas filhas. Até escolhemos um bom local de umas pessoas conhecidas. O problema foi a reação do organismo. A Matilde chorou um bocadinho, mas ficou tudo ótimo. Só que a Mariana infetou as duas orelhas e ficou num estado assustador! Ainda hoje não se percebe a razão, mas arrependi-me muito. Acho que são as crianças que devem decidir quando querem passar a usar brincos», refere.

 

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