Sou mãe de uma menina de cinco anos. Desde que ela nasceu que a minha vida tem sido uma verdadeira aventura. Não só porque sou mamã de primeira viagem, mas acima de tudo porque nunca senti que tivesse o apoio necessário para cuidar dela.
E falo em relação ao meu marido. Ele é um pai exemplar e um marido maravilhoso, mas a profissão que exerce, faz com que esteja muito pouco tempo em família. Trabalha por turnos.
Amigas minhas já me tinham dito que quando tivesse filhos é que ia sentir o drama que é ter um marido a trabalhar por turnos. E realmente é verdade. O cliché que “quem passa por elas é que sabe” é muito real.
Nunca temos tempo em família. Nunca podemos aproveitar o melhor da vida os três. Nunca podemos pensar: «No sábado vamos fazer isto ou aquilo! E no domingo podemos ir àquele sítio!»
São raros, muito raros os momentos em que a nossa filha nos tem aos dois para ela. E isso nota-se. Ele está tanto tempo fora que, quando a menina começou a perceber as ausências, dizia que tinha saudades do pai e que o queria ver.
Agora já não. Começa a ser um tanto ou quanto “indiferente”, pois acho que a minha filha se está a habituar à ausência do pai. E isso é o pior que pode acontecer.
Não devia ser proibido viver em família por turnos.
Texto: J.B.