Saúde

Vida profissional e maternidade levam a problemas de sono na mulher

Redação
publicado há 8 anos
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A sobrecarga de tarefas que muitas mulheres enfrentam levam a problemas graves de sono. «Hoje em dia a mulher tem de desenvolver vários papéis, sendo ao mesmo tempo trabalhadora/profissional, ser mãe, realizar tarefas domésticas, ser esposa e ser mulher. Há 50 anos a mulher não enfrentava tantos desafios e é impossível ser perfeita em tudo», explica Teresa Paiva, neurologista, responsável pelo Centro de Medicina do Sono (CENC).

«No trabalho, independentemente das funções que exerça, as exigências são enormes, tanto em termos do trabalho efetivo que é feito, com toda a parafernália de prazos, objetivos, controlos, burocracias, exigências e interrupções, como em termos da duração desse mesmo tempo de trabalho, o que faz com que a mulher chegue a casa exausta», reforça a especialista.

Teresa Paiva lembra ainda que apesar de o trabalho doméstico estar atualmente facilitado, há sempre muitas tarefas a fazer e deve ser somado ao trabalho normal. «Se alguém trabalha 10 horas por dia fora de casa e acrescenta mais dois ou três de trabalho doméstico tem um total de 60 ou 65 horas em cinco dias da semana, sem contar com o fim de semana, que muitas mulheres usam para fazer as tarefas mais pesadas. No final vai haver um grande cansaço, que em nada ajuda a conciliar o sono».

E há ainda a questão da maternidade. A especialista em sono defende que «a mãe hoje em dia é carregada de culpas e obrigações: tem de dar de mamar até tarde, mesmo quando já está a trabalhar e muito cansada, tem de levar os filhos a muitas atividades mesmo quando isso a cansa a ela e aos filhos e sente que tem de lhes dar aquilo que não teve. A mãe que já está cansada, sente-se certamente triste e cheia de culpa».

Todos estes desafios influenciam a qualidade do sono e até mesmo a capacidade de dormir. «A mulher enquanto pessoa e senhora do seu sentir e dos seus sentimentos fica muitas vezes esquecida, e assim vem a baixa auto-estima, a tristeza, a depressão, a ansiedade a impossibilidade de dormir», conclui Teresa Paiva.

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