A maternidade é muito bonita, é tudo muito maravilhoso, mas quando os bebés nascem é uma treta! Não me venham dizer que o amor nasce ali no momento em que somos mães, porque comigo não foi mesmo assim!
Claro que assim que engravidamos começamos logo a amar aquele pequeno ser dentro de nós. São nove meses de magia (para algumas, óbvio) e muita ansiedade para conhecê-lo. Mas confesso que me senti estranha quando fui mãe. Primeiro sofri horrores para o bebé sair de mim… Credo, se soubesse o que sei hoje era cesariana marcada!
Depois… é toda uma nova realidade que nos ultrapassa. Nenhuma mãe está preparada para a dureza de madrugadas inteiras acordada. As primeiras horas entre mãe e filho são um grande misto de emoções fortes. É uma felicidade que não nos cabe no peito, mas ao mesmo tempo um medo terrível de não saber o que fazer quando ele chora. É legítimo! Nós não conhecemos aquele bebé que acaba de nascer! Se nos puserem ali o bebé da vizinha do lado, nem damos conta! É um bebé estranho…
A ligação forte entre mãe e filho torna-se bem mais forte ao longo do tempo. Quando começamos a conhecê-lo, a saber reagir, a saber responder às suas necessidades… e é tão bom ser mãe, mesmo achando que não senti aquele amor arrebatador no primeiro segundo!
Não me achem um bicho raro, porque já ouvi tantas outras mães a dizerem isto… E não é pecado sentir tal coisa! Amo o meu filho mais do que tudo. E estou grávida do segundo, curiosamente. Vem aí uma menina! Não sei como vai ser o parto, mas uma coisa é certa… Saber amar é saber cuidar, independentemente do sentimento de culpa que sentimos no início por não conseguirmos ser a mãe que eles precisam. Mas isto deve acontecer mais com as mães de primeira viagem. Quero acreditar que sim.
Texto: Luísa Parreira
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