Se nunca ouviu falar de pronação dolorosa, leia este artigo com atenção. A enfermeira Cátia Godinho, do projeto A Nossa Mãe é Enfermeira, explica-lhe tudo sobre este acidente de nome estranho, que, embora relativamente comum, ainda é desconhecido de muitos cuidadores!
A pronação dolorosa é uma subluxação do cotovelo, ou seja, a cabeça do rádio – um dos ossos do antebraço – sai do lugar devido a um movimento de tração.
Este movimento de tração é exercido na mão ou no braço quando, por exemplo, ao andar de mãos dadas com a criança a puxamos pelo braço para subir um passeio ou umas escadas, ou até mesmo para evitar que a criança caia.
Também pode acontecer quando brincamos com a criança e a seguramos pelas mãos para a fazer andar à roda, ou para fazer o baloiço sobe-e-desce.
Esta subluxação ocorre devido à mobilidade excessiva do rádio cujos ligamentos não são ainda suficientemente estáveis para impedir esta mobilidade. À medida que a criança vai crescendo os ligamentos vão-se fortalecendo e a partir dos quatro anos já não permitem que esta situação ocorra.
Quais são os sinais e sintomas?
Quando acontece uma pronação dolorosa, a criança deixa imediatamente de conseguir mexer o braço. É uma situação aguda que provoca dores intensas, por isso, como mecanismo de defesa, a criança vai manter o braço imobilizado, tipicamente estendido ao longo do corpo com a palma da mão virada para trás.
Embora na maioria das vezes o cuidador sinta que algo aconteceu, referindo ouvir um estalar, por vezes não se apercebe logo no momento, e quando tenta mobilizar o braço da criança esta recusa e chora intensamente.
É uma situação que exige intervenção médica, embora seja de fácil resolução: o médico faz uma manobra simples de redução da pronação e a criança volta imediatamente a poder mobilizar o braço sem dor. No entanto, é necessário perceber na história do acidente se há noção de traumatismo (como quedas, por exemplo) que possam também ser compatíveis com uma fratura, nesse caso a manobra de redução só deve ser efetuada após uma radiografia que descarte a possibilidade de fratura.
Uma criança com tendência a fazer subluxação do cotovelo poderá fazê-lo de forma recorrente até que atinja a idade em que os ligamentos já não permitam esta situação.
A melhor forma de prevenção é mesmo evitar os movimentos de tração entre a mão e o cotovelo.
Texto: Cátia Godinho do projeto A Nossa Mãe é Enfermeira