As doenças de inverno são a maior preocupação dos pais nesta altura. Os meses frios trazem as inevitáveis gripes e infeções respiratórias. Conheça-as melhor e defenda o seu filho.
Todos a conhecemos bem. A constipação comum é a doença respiratória mais frequente no inverno. Os agentes responsáveis são vírus como o rinovírus, coronavírus e adenovírus e atingem a zona mais alta do aparelho respiratório como a mucosa nasal, faringe e laringe, ouvido. As infeções são ligeiras, muitas vezes com congestão nasal, rinorreia e tosse, muitas vezes acompanhadas de febre baixa. São autolimitadas (terminando por si próprias) e usualmente tratam-se com medidas que atuam nos sintomas.
Atenção! Apesar destas infeções geralmente serem ligeiras podem, no entanto, preceder infeções mais graves, uma vez que estes vírus destroem o epitélio respiratório, facilitando a infeção bacteriana. Os principais responsáveis pelas infeções respiratórias moderadas ou graves durante o inverno são os vírus Influenza A e B, o vírus sincicial respiratório (VSR) e o estreptococo beta hemolítico do Grupo A (responsável pela faringoamigdalite bacteriana).
Amigdalites e faringites
Acompanhadas de febre, situações comuns em crianças mais velhas, são frequentemente doenças virais, sendo apenas cerca de 15 a 25 por cento destas causadas por bactérias e necessitando de antibiótico para o seu tratamento.
Infeções virais ou bacterianas?
A apresentação clínica, por vezes, não é suficiente para diferenciar as infeções virais das bacterianas e será útil o despiste laboratorial para deteção do estreptococo beta hemolítico. Após identificação, a terapêutica antibiótica deve ser efetuada de modo a diminuir a transmissão da doença e reduzir a incidência de febre reumática e outras complicações.
Vírus Sincicial Respiratório (VSR)
Nas crianças mais pequenas, pequenos latentes, o VSR é muito frequentemente responsável por infeções respiratórias mais graves como bronquiolite ou pneumonia. O mesmo agente causa apenas infeções respiratórias altas, ligeiras, em adultos e crianças mais velhas. Frequentemente, são os pais e os irmãos “apenas constipados” que transmitem este vírus ao lactente. A doença pode evoluir progressivamente de uma infeção alta, com obstrução nasal e espirros, para uma situação mais grave em que há produção de muitas secreções e o latente apresenta tosse, pieira e dificuldade respiratória.
Gripe sazonal
Causada por diferentes vírus do tipo Influenza A e B, é uma doença evitável através da vacina, recomendada para grupos de risco e cuja incidência no nosso país se situa no fim do outono/inverno (novembro a fevereiro). As crianças não imunizadas podem adoecer com febre, dores musculares, tosse, espirros, e na grande maioria dos casos a doença é autolimitada. Para baixar a febre e aliviar as queixas, os pais medicam a criança com paracetamol, ibuprofeno, fazem a desobstrução nasal necessária e, cerca de uma semana depois, esta regressa à escola e à sua vida normal.
Como prevenir a transmissão
Existem medidas preventivas que devem ser ensinadas às crianças pelos pais e seguidas por toda a família, pois protegem-nos da maioria das infeções, evitando a transmissão dos agentes responsáveis pelas doenças mais frequentes e diminuindo a incidência de todas as infeções respiratórias. São elas:
- Lavar frequentemente as mãos;
- Usar corretamente lenços de papel e máscara;
- Os pais devem procurar aconselhamento médico na tentativa de isolar potenciais infetados;
- Diminuir a frequência de recintos públicos fechados.
Quando consultar o pediatra?
Será aconselhável a consulta médica especialmente em crianças que vão pela primeira vez para o infantário ou escola e naqueles que são considerados doentes crónicos (asmáticos, imunodeprimidos, portadores de doença crónica), de modo a programar devidamente outras medidas preventivas, comportamentais ou terapêuticas, eventualmente necessárias.
Fonte: Site oficial da CUF