Não sou de falar da minha vida pessoal, nem muito menos escrever testemunhos, mas, agora que estou prestes a ser pai, estou apavorado com o parto. Tenho medo de perder a mulher da minha vida, mais do que o meu filho. É cruel dizer isto? Não, é amor.
Não sou o único a sentir isto, apesar de ter este grande sonho de ser pai. Já falei com várias pessoas, porque não achei normal este sentimento forte. E tudo começou quando a minha mulher foi parar ao hospital e houve um problema qualquer na gravidez. Nem percebi bem o que se passava, mas fiz o que ninguém devia fazer: pesquisar na Internet, essa maldita ideia que nos leva a pensar no pior.
Foi apenas um susto. Mas o medo mantém-se. O dia previsto do parto está a aproximar-se e eu só espero que corra tudo bem. Este filho é muito desejado. Mas se tivesse que escolher entre a minha mulher e o meu filho… Seria sem dúvida ela a minha escolha. Nem pensaria duas vezes. É a mulher da minha vida, a minha melhor amiga, a minha alma gémea.
Temos toda uma vida para planear um, dois, três filhos. Os que vierem. Parece cruel dizer isto, sentir tal coisa, mas não consigo imaginar a minha vida sem ela.
Nunca lho disse desta forma, mas amo-a mais do que tudo nesta vida. Sei que um dia o sentimento por um filho será, provavelmente, tão ou mais forte, mas neste momento é ela o sentido da minha vida.
Texto: Ricardo Cardoso, para a minha mulher Cláudia