Família

Piolhos: O que deve ser explicado às crianças

Redação
publicado há 6 anos
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A especialista em clínica geral e familiar, Dra. Isabel Machado, explica que a pediculose é «transversal a todas as idades e estratos sociais, contudo as crianças entre os três e os 11 anos são as mais afetadas, devido ao contacto interpessoal mais próximo na comunidade escolar».

Assim, e porque nenhuma família quer piolhos e lêndeas em sua casa, é «essencial que os adultos não tenham vergonha de falar no assunto» para que as crianças saibam como agir. A médica de clínica geral e familiar esclarece todas as dúvidas sobre esta temática.

– Ter piolhos é normal?
A pediculose (infestação com piolhos) é uma parasitose exclusivamente humana, de elevada prevalência. São três as espécies de piolhos que parasitam os humanos e podem infestar o couro cabeludo (Pediculosis humanus capitis), o corpo (Pediculus humanus corporis) ou o púbis (Phthirus pubis). O Pediculus humanus capitis, também designado por piolho da cabeça, vive habitualmente no couro cabeludo e é a causa mais frequente de infestação na criança. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a pediculose não significa ter má higiene.

– Quais as idades mais propícias?
Podem afetar pessoas de todas as idades e estratos sociais, contudo as crianças em idade préescolar e escolar (entre os três e os 11 anos) são as mais afetadas, devido ao contacto interpessoal mais próximo na comunidade escolar.

– Quais os principais meios de contágio?
Ao contrário do que é crença comum, o piolho não salta nem voa. Os piolhos são maioritariamente transmitidos através do contacto direto com cabelo de pessoas infestadas. A transmissão também pode ocorrer, embora menos frequente, através de vestuário/objetos infestados com piolhos, tais como, chapéus, lenços, fitas de cabelo, pentes, toalhas e escovas.

– Os adultos também apanham piolhos? Porque é que parecem ter maior imunidade?
A pediculose é transversal a todas as idades, mas as crianças são vítimas mais atraentes para os piolhos porque têm um contacto físico muito maior entre si, principalmente em ambiente escolar. Nos adultos é menos frequente, não porque tenham maior imunidade, mas porque esse contacto físico é menor, o que faz com que os piolhos não se propaguem com tanta facilidade. Na maioria das vezes, os piolhos são transmitidos aos adultos pelos filhos.

– Os piolhos são mais comuns em meninas ou meninos? Porquê?
Os piolhos são mais comuns nas meninas, devido à maior proximidade física envolvida nas suas brincadeiras. Além disso, têm cabelos mais compridos e partilham mais objetos de uso pessoal, como pentes, adereços de cabelo e chapéus.

– Quais as suas recomendações em diferentes ocasiões onde se pode verificar o contágio (escola, parques, transportes públicos, campos de férias, entre outros)?
Quando é detetado um caso de pediculose na escola ou em outros locais é aconselhável que as outras crianças e/ou conviventes mais próximos façam vigilância da cabeça e iniciem tratamento o mais precocemente possível, no caso de estarem infestados. Não é necessário tratar alguém, caso não tenha piolhos. Os responsáveis da escola devem ser avisados, para que possam tomar as medidas necessárias e limitar a sua transmissão a outras crianças. Uma vez que os piolhos podem sobreviver entre 48 a 55 horas fora do couro cabeludo, são necessários cuidados especiais em casa, nomeadamente com almofadas, roupa de cama e banho. Por fim, as crianças devem ser educadas a não partilhar nem pedir emprestado objetos pessoais, como adereços do cabelo.

– Qual o cenário perfeito para a proliferação e quais as ocasiões mais propícias?
O regresso às aulas, devido ao contacto mais próximo entre as crianças, é a altura do ano mais propícia ao contágio. Por outro lado, os piolhos preferem ambiente quentes e é frequente que o calor propicie melhores condições para o seu desenvolvimento.

– Quais as principais dúvidas colocadas pelas pessoas relacionadas com piolhos? Qual a resposta às mesmas?
Em primeiro lugar, é essencial não ter vergonha de falar no assunto e acima de tudo saber que os piolhos não são sinónimo de falta de higiene. Por outro lado, muitas pessoas têm dúvidas sobre o modo de transmissão e pensam que os piolhos saltam e voam de cabeça para cabeça, o que não é verdade.

O contágio implica um contacto direto entre cabeças. No que diz respeito ao tratamento, existem dúvidas sobre a duração do mesmo. Uma vez que o período de incubação dos ovos do piolho varia de seis a dez dias, após a primeira aplicação, é necessário repetir o tratamento novamente dentro de sete a dez dias, para garantir que se eliminaram todos os piolhos ou lêndeas. Por vezes, surgem dúvidas quanto à necessidade de tratar os animais domésticos.

O tratamento é completamente desnecessário pois o piolho não se transmite aos animais. Finalmente, põe-se a questão da proibição ou não de frequentar a escola durante a infestação. A pediculose não é uma doença que evite a ida à escola. Uma vez realizado o tratamento, a criança poderá ir à escola.

Texto e agradecimentos: Por: Dra. Isabel Machado, médica de clínica geral e familiar e Paranix ( www.paranix.pt)

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