O meu coração está desfeito. Faz agora um ano que perdi o amor da minha vida. O que mais me custa é não ter realizado o seu sonho de ser pai.
Foi muito por culpa minha. Esta mania que as pessoas têm de pensar demais e querer planear tudo. A estabilidade nunca é alcançada, mas achamos sempre que sim… Um dia! E enquanto esse dia não chega, adiamos sonhos, privamo-nos de uma felicidade única e insubstituível… Sou tia, não sou mãe. Se o meu amor pelos sobrinhos já é assim, eu imagino o que seja ter um filho…
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Perdi o meu marido na estrada. Num acidente estúpido de viação. Levaram-me o homem que me viu crescer, que namorou comigo desde a adolescência, que sempre me apoiou e nunca me abandonou.
Não sei se algum dia serei mãe. Não sei se algum dia voltarei a amar como o amava. Mas este arrependimento morrerá comigo. Isso é certo.
Por isso, minha gente, não se iludam. A vida é mesmo curta! Vivam-na e aproveitem-na ao máximo. Façam-no por mim, que já não sei se vou a tempo.
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Texto: Amélia Fialho
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