Sou uma mulher com 36 anos e toda a vida me recordo do meu pai ser o meu melhor amigo.
Éramos cúmplices, companheiros e não passávamos um dia sem falar, mesmo quando ele tinha de trabalhar fora durante várias semanas.
A nossa relação era de “inveja” para muitas amigas minhas, que também gostavam de passar com os pais delas aquilo que eu passava com o meu.
Mas já depois dos meus 30 anos, essa realidade mudou.
Os meus pais separaram-se. Algum tempo depois o meu pai reconstruiu a vida ao lado de uma pessoa de quem não gosto. Ele sempre me disse que me poria em primeiro lugar. E isso não aconteceu.
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Não pensem que por ser já adulta, que a ligação com o meu pai já não deveria ser a mesma. Tinha de continuar a ser. Ele era o meu melhor amigo! Sempre foi!
Mas aquela mulher veio destruir a nossa relação. Ele optou por ela e esqueceu-se de mim.
Há quase três anos que não falamos. Tenho muitas saudades dele, mas ele não tem minhas, por isso… costumo dizer que tenho saudades do meu pai de antigamente, não deste.
Não tenciono voltar a falar com ele. Custa pensar desta forma, mas… o homem que conhecia deixou de existir, por isso… que seja feliz com a pessoa que escolheu e esqueça a minha existência, que eu já quase esqueci a dele.
Texto: Sofia Vieira