Saúde

Obesidade Infantil – A epidemia do século XXI

Redação
publicado há 6 anos
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A obesidade infantil é, atualmente, a doença mais prevalente a nível mundial. Esta doença continua a crescer todos os anos, atingindo já, em alguns países, proporções epidémicas.

O mais recente relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a Europa revelou que também em Portugal estes números estão a crescer. Com maior prevalência no sexo masculino, esta doença afeta um em cada dez rapazes de onze anos, e o nosso país parece estar estagnado, no que toca ao combate à obesidade pediátrica.

As conclusões deste relatório apontam algumas causas para o facto de o nosso país se encontrar entre os cinco com piores resultados: o abandono da dieta mediterrânica, um decréscimo significativo no consumo de frutas e vegetais e o sedentarismo (dados recentes mostram que os adolescentes passam cerca de 60% do tempo que estão acordados sentados).

A maioria destes fatores está relacionada com a crise económica que se tem vivido de forma intensa nos últimos anos, o que levou muitas famílias a ter de optar por soluções menos saudáveis e a fazer escolhas nutricionalmente mais pobres.

Considerada pela OMS como «um dos mais sérios desafios de saúde pública do século XXI», a obesidade infantil deixa marcas para toda a vida, e, embora não tenham sido definidas claramente as suas consequências diretas na saúde, sabe-se que é um factor de risco para outras doenças como a hipertensão arterial, a diabetes de tipo II, certos tipos de cancro, problemas do foro ortopédico e do sono, a par de cicatrizes psicológicas como o isolamento social, a baixa auto-estima ou a depressão.

Característica dos países desenvolvidos, onde para além de uma redução significativa da atividade física, as crianças têm fácil acesso aos doces, fast-food e alimentos processados, a obesidade infantil tem de ser combatida em várias frentes.

Segundo o Dr. Pedro Graça, director do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, essa batalha começa por uma sensibilização dos adultos – especialmente pais e professores – para estas questões, mas há outras estratégias que importa implementar, tais como facilitar o acesso das crianças a escolhas saudáveis, concretizar uma política coordenada para atenuar as disparidades sócio-económicas, o combate ao marketing agressivo e a sugestão de reformulação dos alimentos de má qualidade nutricional, assim como a aposta continuada na formação de profissionais nesta área.

Esta questão continuará a ser discutida na Conferência Internacional de Obesidade Infantil, promovida pelo Instituto Ricardo Jorge, com a colaboração do Ministério da Saúde, e que irá decorrer na Fundação Champalimaud em Julho. O principal objetivo será agregar e discutir a informação disponível nacional e internacionalmente, responsabilizando cada um dos intervenientes neste processo.

 

Sendo os ambientes onde as crianças passam mais tempo, a família e a escola estão na linha da frente neste combate da obesidade das crianças:

Na escola…

Dar tempo suficiente para que as refeições sejam tomadas com calma, num ambiente agradável, é o fator mais fundamental.

Os adultos que estão encarregues de vigiar as horas do almoço e do lanche devem evitar comparar as crianças e premiar quem termina primeiro de comer, pois está provado que se deve comer devagar, para o organismo ter tempo de processar a saciedade.

Em casa…

Os pais devem evitar ao máximo o uso de tecnologias na hora da refeição, porque se a criança está distraída, não vai perceber quando já está saciada.

A atividade física não está limitada à prática de um desporto! Os pais podem incentivar as crianças a mexer-se de várias formas, como ajudar nas tarefas da casa, dançar ou brincar com o animal de estimação…

As refeições devem, sempre que possível, ser tomadas em família, de forma calma e que permita a socialização.
É preferível a criança comer mais vezes ao dia, entre 5 e 6 refeições diárias, em quantidades menores (deve-se evitar repetir).

Uma boa hidratação também é fator chave da nutrição, pelo que a ingestão frequente de água está recomendada para todas as idades.

O uso do biberão deve estar limitado ao primeiro ano de vida, pois o seu uso prolongado traz problemas como a ingestão de leite não controlada (especialmente negativa quando acontece à noite, pois a criança está a ingerir proteínas que não vão ser gastas).

Texto: Catarina Veiga, Educacional Consultant

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