Materialismo, materialismo e mais materialismo. É assim que eu caracterizo a época de Natal, em que as pessoas só se preocupam com os presentes, as compras, as promoções, os brinquedos! Só pensam nisso. Na minha casa é diferente. A árvore vai estar vazia.
Tenho dois filhos, um menino de seis anos e uma menina de quatro. Sempre tentei educá-los da melhor maneira possível. Mas quando chega ao Natal é um pouco difícil fugir da tradicional troca de presentes. Posso decidir não dar nenhum, mas acabam por receber dos avós, tios e primos.
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Eu sempre recebi, muitos até. Eu e os meus primos brincávamos imenso na noite de Consoada e no dia seguinte. Mas fui crescendo sem dar o valor principal à data especial. Os adultos comem à mesa. As crianças brincam todas juntas. Mas as crianças crescem, tornam-se adolescentes e acabam por achar o convívio familiar uma seca.
Não vou repetir isso. Não tolero. Este ano os meus filhos não vão receber presentes de Natal, nem dos pais nem de nenhum familiar. Já planeei a noite de Consoada e o dia 25. Jogos não vão faltar, animação e música. O karaoke já está preparado, há cadernos gigantes e lápis de cera. Há comida, claro, mas não em excesso. Vamos conviver e saborear tudo à mesa.
Certamente não vão sentir falta de embrulhos. E se me perguntarem (nunca o fizeram) o que traz o menino Jesus este ano, digo-lhes que traz muito amor. Amor por nós próprios e pelos outros. Amor pela nossa vida, pelos animais, pelos valores e tradições. AMOR pela FAMÍLIA!
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Quero ensinar aos meus filhos, juntamente com o meu marido, o valor da gratidão, da união e da partilha. Quero também que entendam o valor do dinheiro e criá-los para gostarem de tudo o que lhes é dado.
Nenhum dos meus filhos me perguntou por que razão não recebem presentes. E acho que isso demonstra a educação que lhes estamos a dar.
E sinto-me muito feliz por isso…
Texto: Filipa Cardoso