Aquela ideia de que os filhos têm de ver os pais como super heróis e como intocáveis não me cabe na cabeça.
Não quero que os meus filhos achem que a mãe ou o pai são invencíveis e que aguentam tudo e mais alguma coisa.
Eles já me viram a chorar. E não, não é sinal de fraqueza. É sinal que a mãe tem coração, que a mãe precisa dos seus momentos sozinha, que a tristeza faz parte da vida.
Algumas vezes cheguei a casa chateada com situações do trabalho. A desabafar com o meu marido, acabei por chorar. Não me escondi nunca. Expliquei-lhes o que se passava. Que tinha tido um dia menos bom, mas que adorava trabalhar; que adorava o que fazia.
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Não quero que achem que é o trabalho que me deixa triste e que é um tormento trabalhar. Não, não é o trabalho! Não são sempre as mesmas pessoas! São situações. Situações pelas quais todos passamos.
Faço também questão de lhes mostrar o lado maravilhoso da vida. Quase sempre é assim. Mas, meus amigos! A tristeza faz parte da vida. E os nossos filhos (embora tenham tempo para lá chegar) têm de perceber que o mundo não é cor de rosa.
O Mundo é das cores que nós quisermos, mas muitas vezes temos de ser nós a pintá-lo de outra cor, que não a que estejamos a ver.
E as crianças têm de perceber isso…
Texto: Ana Romeno