Saúde

Se a minha mãe teve cancro da mama eu também vou ter?

Redação
publicado há 5 anos
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Sabia que, tal como acontece com a cor dos olhos ou do cabelo, é possível herdar geneticamente a predisposição para determinados tipos de cancro, entre eles o da mama? Mas não entre em pânico. Porque a mãe tem, ou teve, ou a tia e primas terem cancro, tal não é sinónimo de hereditariedade.

Contudo, a existência de casos de tumores, como o da mama, ovário ou útero na família é um fator de alerta importante para procurarmos conhecer o histórico familiar e fazer um teste de mutação genética. Foi no sentido de esclarecer até que ponto a maior parte dos cancros da mama não se devem a fatores genéticos, e não afetam o risco de outros parentes, que a revista Maria falou com Sofia Braga, especializada em cancro da mama e coordenadora científica da CUF Instituto de Oncologia.

Para a deteção precoce do cancro da mama, quais as recomendações?

Deve ser dada atenção ao corpo e fazer palpação mamária. Inúmeras doentes chegam à consulta médica por autodeteção. Deve também ser feita imagiologia mamária de rastreio, neste caso só mamografia.

Quando deve uma mulher ser testada para risco genético de cancro da mama?

Existem duas situações: Quando foi afetada por cancro da mama e tem critérios de risco familiar deste tipo de cancro. Quando é saudável, mas familiar de uma pessoa que se sabe ser portador duma mutação causadora de cancro.

Quando se confirma a existência de uma mutação genética, quais as principais medidas preventivas a adotar?

As estratégias de redução de risco podem incluir a retirada de ambas as mamas, assim como outras cirurgias, como por exemplo a remoção de ambos os ovários. Se as doentes não desejam cirurgias de redução de risco podem optar por vigilância clínica apertada, ou seja, realizar exames imagiológicos e consultas de acompanhamento com uma periodicidade mais frequente.

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Se existe histórico da doença em familiares de primeiro grau, o risco de cancro aumenta bastante?

Caso a pessoa em causa tenha um familiar de primeiro grau, irmã, mãe ou filha, afetada por carcinoma da mama, o risco de vir a ter essa doença duplica em relação ao risco duma pessoa sem familiares afetados da população geral. Se tem dois familiares de primeiro grau afetados, o risco é cinco vezes maior que o risco da população geral.

 

A mastectomia é a mais eficaz medida para reduzir a probabilidade de vir a ter cancro?

Não. A mastectomia tem um pequeno impacto na recaída mamária, uma vez que se retirarmos a mama a probabilidade de a doença voltar na mama baixa, mas pode ainda recair na parede torácica ou na mama reconstruída.

Até que ponto as mulheres que tenham parentes com cancro da mama se sentem preocupadas ?

Estão muitíssimo preocupadas. Porém, sabemos que, por exemplo, a mãe duma mulher ter tido cancro da mama apenas duplica o risco ao longo de toda a vida de vir a desenvolver a doença. Sendo que o risco é de um doente em cada oito, passámos a um em quatro, mas é ao longo de toda a vida, ou seja, aos 40 anos o risco ainda é baixo, aos 80 já é mais elevado.

 

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A cirurgia profilática, como a retirada de órgãos antes de ter cancro, deixou de ser raro?

Diria que continua a ser rara. É proposta a doentes com um síndrome familiar de cancro hereditário comprovado, e estes continuam a ser cinco por cento dos doentes diagnosticados.

Qual a taxa de sucesso nas pessoas diagnosticadas com cancro por causa genética?

É semelhante ou um pouco melhor que a das pessoas diagnosticadas por cancro esporádico. Um pouco melhor porque as pessoas com síndromes hereditários de cancro como, por vezes, estão conscientes do seu risco mais elevado, vêm mais precocemente ao médico.

Nas consultas que mensagem transmite às mulheres com este tipo de cancro?

 

Saiba a resposta a esta pergunta, aqui.

 

Texto: Mário Rui Santos

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