Saúde

Dia Mundial da Menopausa: o início de um novo ciclo na vida da mulher

Redação
publicado há 5 anos
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Artigo de opinião de Alexia Toller, ginecologista e obstetra da Clínica Lusíadas Parque das Nações.

Dia Mundial da Menopausa assinala-se a 18 de outubro.

A menopausa é um fenómeno biológico, natural da mulher, que corresponde ao fim das menstruações, sendo normalmente confirmada quando a mulher está doze meses consecutivos sem qualquer período menstrual. Este acontecimento simboliza o fim do período de vida fértil da mulher, podendo ocorrer de forma gradual ou repentina.

A idade média em que as mulheres atingem a menopausa espontânea é por volta dos 51 anos, o que não significa que não possa surgir mais cedo, ou até mesmo mais tarde – normalmente, ocorre entre os 40 e os 58 anos.

Quais os sintomas da menopausa?

O primeiro sintoma da peri-menopausa podem ser as irregularidades menstruais, cuja duração pode variar entre alguns meses até vários anos. Numa primeira fase, os ciclos começam a ser irregulares e, significativamente, mais curtos. Depois, tornam-se mais raros e começam a ter uma duração inconstante. Num último estágio do processo, quando ocorre a falência ovárica, passa a existir uma amenorreia definitiva (ausência de menstruação).

Durante a menopausa os ovários reduzem drasticamente a sua capacidade produtiva, deixando de libertar óvulos todos os meses, como acontece habitualmente. É também neste período que ocorrem alterações hormonais significativas, que originam sintomas físicos e psicológicos, por vezes perturbadores para a mulher. Estes sintomas estão associados aos baixos níveis de estrogénio que originam perturbações vasomotoras e genitourinárias, depressão, irritação, nervosismo e outras alterações a longo prazo, como por exemplo perda de massa óssea.

As alterações vasomotoras são os “afrontamentos” e suores, que afetam entre 60% a 80% das mulheres que atravessam a fase da menopausa, sendo mais intensos nos primeiros anos. Os afrontamentos são ondas de calor que a mulher não consegue controlar nem prever quando surgem e que podem durar vários minutos. Por vezes são acompanhados de palpitações, calafrios, tremores e ansiedade. Quando há um predomínio noturno, podem interferir com o sono.

Ainda a nível físico, a mulher sofre uma atrofia na mucosa vaginal que origina secura e irritação que interfere nas relações sexuais, contribuindo também para a diminuição da líbido.

Quando se tem o diagnóstico definitivo da menopausa?

O diagnóstico definitivo da menopausa é clínico e retrospetivo, normalmente confirmado quando a mulher apresenta o perfil acima descrito: mais de 45 anos, irregularidades/ausência de menstruação durante pelo menos um ano, afrontamentos e alterações fisiológicas que o indiciam. A avaliação através de analises hormonais não é fundamental dado que o diagnóstico é clínico. No entanto, podem ser pedidas para exclusão de outras causas de ausência de menstruação (como por exemplo alterações tiroideias ou da prolactina).

Uma parte significativa das mulheres não necessita de nenhum tipo de tratamento para atenuar os sintomas da menopausa. Normalmente, preferem tolerá-los ou esperar que passem. Ainda assim, quando estes sintomas têm interferência nas atividades da vida diária, podem ser atenuados através da toma de terapêutica hormonal para controlar os afrontamentos e as alterações de humor. Além dos tratamentos hormonais, existem outras formas de atenuar os sintomas que devem ser personalizadas a cada doente e estar de acordo com as suas necessidades.

A menopausa é um processo normal e inevitável da idade que assinala o fim de um ciclo e o início de outro. Com ela surgem alterações que têm um impacto importante em diversos aspetos da vida da mulher. Este período é marcado por um misto de emoções e de alterações físicas, vividas de maneira diferente de mulher para mulher.

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