Tenho 33 anos e desde os cinco que só me lembro de ter a minha mãe na minha vida.
O meu pai abandonou-nos. Fugiu como um cobarde. Fugiu das responsabilidades. Fugiu deixando para trás uma filha e uma mulher que precisavam dele. Fugiu fazendo-me acreditar que eu não merecia ser amada por um pai.
Com cinco anos, acreditei, vivamente, que o meu pai se tinha ido embora porque eu era má ou porque me portava mal. Senti-me culpada.
Era muito pequenina, mas não pequenina o suficiente para não me lembrar do abandono a que fui sujeita e da mágoa que isso causou no meu coração.
Desde então a minha mãe assumiu o papel também de pai. Foi dois em um. E ela foi o melhor pai que poderia ter tido.
A minha mãe é o meu melhor pai do mundo. A minha mãe é o meu super herói. A minha mãe é o meu ídolo… e é também a melhor mãe do mundo, a minha super heroína e o meu maior exemplo.
Ela trabalhou dia e noite para que nada me faltasse. Ela sempre fez de tudo para colmatar o vazio deixado pelo meu pai… e se há pessoas que nunca ultrapassam o facto de terem sido abandonadas, eu posso dizer, para quem quiser ouvir, que não tenho esse trauma.
Hoje, olho para trás e agradeço ter sido abandonada pelo meu pai. Porque se assim não fosse, tenho a certeza que não seria tão feliz junto da minha mãe.
Obrigada por me teres tornado naquilo que um dia sonhei: uma mulher feliz! Sou o que sou graças à tua dedicação, graças à tua educação e graças ao teu amor.
Por isso, mãe… Por tudo aquilo que fizeste e fazes por mim… Feliz dia do Pai!
Texto: V.M.