Saúde

Dia Mundial da Dislexia: Maioria das escolas não tem profissionais formados para apoiar alunos com dislexia

Redação
publicado há 6 anos
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Com o início de mais um ano letivo, a DISLEX – Associação Portuguesa de Dislexia alerta para a persistente falta de acompanhamento dos alunos disléxicos, nas escolas portuguesas. A chamada de atenção surge no âmbito do dia Mundial da Dislexia, que se assinala amanhã, dia 10 de outubro.

Em Portugal, esta condição neurológica afeta 48 por cento dos alunos com necessidades educativas. Neste aspeto, a formação dos professores é um fator essencial para garantir uma prevenção adequada da dislexia e para proceder a uma diferenciação em contexto de sala de aula.

«Na fase pré-escolar, importa alertar os educadores para a necessidade de se desenvolverem algumas competências facilitadoras do processo de iniciação à leitura e à escrita, nas crianças que vão iniciar a escolaridade», reforça a Presidente da DISLEX, a Doutora Helena Serra.

«Estes alunos devem beneficiar de medidas universais»

No âmbito de aplicação do Decreto Lei 54/2018, «estes alunos devem beneficiar de medidas universais e também seletivas. Há casos de dislexia (moderada e severa) a que devem ser aplicadas não apenas medidas universais, mas também medidas seletivas, devendo incluir-se nestas os apoios especializados para serem desenvolvidas as áreas que estão na base das dificuldades na leitura e na escrita», afirma e acrescenta que «no entanto, isso ainda não se está a verificar. Porquê esse apoio especializado? Porque os alunos com dislexia precisam de beneficiar de treino de competências específicas, focado nas áreas causais e instrumentais. Também necessitam de apoios regulares, esses focados nos conteúdos curriculares em que tenham mais dificuldades», esclarece.

Por outro lado, «há indicadores precoces a ter em conta para que a identificação seja feita atempadamente, devendo a esta seguir-se a avaliação psicopedagógica e compreensiva do aluno, que permita identificar as medidas a implementar caso a caso. Beneficiar de adaptações no processo de avaliação, é a medida mais generalizada no nosso país, mas isso não é o bastante, temos de passar a intervir específica e diferenciadamente com estes alunos e de forma atempada», conclui Helena Serra.

Sobre a dislexia

A Dislexia é uma perturbação específica de aprendizagem, com origem neurológica, caracterizada por dificuldades no reconhecimento adequado das palavras, por um discurso pobre e dificuldades de descodificação, resultantes de um défice na componente fonológica da linguagem.

Ainda que esteja relacionada com a aprendizagem da leitura, a dislexia pode ter consequências noutras áreas académicas e a nível emocional e comportamental.

A dislexia afeta 600 milhões em todo o mundo e é mais comum do que se julga, afetando caras mundialmente conhecidas que se destacaram na comunidade e que evidenciam o lado positivo da patologia, nomeadamente Einstein, Picasso, Da Vinci, Agatha Christie, Van Gogh, Churchill e Spielberg.

Sobre a Dislex – Associação Portuguesa de Dislexia

A Associação Portuguesa de Dislexia foi fundada, em 2000, no Porto. Em 2009 passou a adotar a designação de “Associação Portuguesa de Dislexia”, tendo como principais objetivos a promoção da investigação na área da Dislexia; a formação de profissionais com vista a uma maior capacitação dos contextos educativos e a intervenção com crianças, jovens e adultos disléxicos.

Mais informações sobre dislexia em: www.dislex.co.pt

ou na página de Facebook: facebook.com/associacaoportuguesadedislexia

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