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«Larguei uma relação de 17 anos para viver outra paixão»

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publicado há 6 anos
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Quando me casei, jurei amor eterno ao meu marido. Era o que sentia naquele momento e achei, obviamente, que era ‘para sempre’. Estivemos juntos 17 anos. Foi um namoro que começou na adolescência e que se prolongou até à idade adulta.

Crescemos juntos, descobrimos a vida juntos e éramos efetivamente muito felizes. Até ao dia… Até ao dia em que, inesperadamente, o meu coração começou a bater de forma diferente por outra pessoa. Não achei possível. Amava o meu marido acima de tudo, a nossa família, as nossas conquistas, os nossos projetos. Mas tudo mudou.

Apaixonei-me por outro alguém. Vivi num conflito de sentimentos. Não pensava sequer em deixar o meu amor de sempre, para começar a viver uma nova paixão. Iria trocar uma vida por uma incerteza?

Guardei esse sentimento para mim. Achei que fosse confusão da minha cabeça. Mas não! Foi uma partida do meu coração.

Andei nesta confusão muito tempo. Adiei por achar que estava a misturar amizade com paixão. Mas não estava! O sentimento era recíproco, o que dificultava (ou se calhar até facilitou) as coisas.

Num momento de coragem sentei-me com o meu marido e conversámos. Chorei, chorei, chorei… mas disse o que se estava a passar. Que nunca tinha tido qualquer relação física com a outra pessoa (jamais o conseguiria fazer!!!), mas que sentia que estava apaixonada.

Doeu olhar para ele. Doeu ver desmoronar quase 18 anos de vida em comum. De deixar o meu amor, o meu melhor amigo, o pai dos meus dois filhos…

Mas inesperadamente ouvi o que não esperava: «Ninguém tem a culpa do que sente! Se alimentaste essa situação, podes ser um pouco culpada, mas… se o sentimento está lá, ou escondes o que estás a sentir e continuas a viver com a tua família, ou segues o que o teu coração está a sentir.» Estas palavras fizeram-me compreender ainda mais o porquê de ter estado tanto anos com este homem.

Que pessoa nesta situação é racional e ‘entende’ que a mulher da sua vida está apaixonada por outra pessoa?

Tomei a decisão e saí de casa. Uma nova casa, uma nova rotina com os filhos, um novo amor… Sinto que renasci com esta minha opção. Mas fui ‘humilhada’ por a ter tomado.

Poucos são os que percebem uma mulher que se apaixona por outra pessoa. Poucos são os que entendem uma mulher que tem coragem de dar uma volta na sua vida para viver o que sente. Poucos são os que conseguem fazer o que eu fiz.

Preferem criticar e continuar a viver rotinas tristes, com maridos que não amam, com paixões escondidas que não têm coragem de as viver… Mas estão sempre prontas para apontar o dedo e para ‘deitar abaixo’ quem quer viver a sua vida de forma feliz.

Olhei à minha volta e eram só olhares de rejeição, de discriminação, de pessoas más-língua. Tudo isto porque me apaixonei e resolvi viver uma paixão que me apareceu inesperadamente e que se transformou em amor.

Se as pessoas pensassem melhor nas coisas, jamais criticariam uma situação destas. Não traí o meu ex-marido! Fui sincera e tive a imensa sorte de ele me entender. Será para sempre um grande amor! O pai dos meus filhos e um amigo para sempre! A nossa família mudou, mas como adultos e companheiros que sempre fomos, continuamos a dar-nos cordialmente por tudo o que já fomos na vida um do outro e por termos os frutos do nosso grande amor.

Eu vivi um grande amor (o meu ex-marido) e estou a viver outro amor maravilhoso. Se é para sempre? Espero que sim! Mas nunca sabemos o dia de amanhã! Já fui a prova disso.

Mas o que digo a todas as pessoas que criticam ‘só porque sim’ é isto:

Eu consegui viver as duas paixões que senti. E vocês? Viveram-nas ou continuam a guardá-las camufladas dentro de vocês? Antes de criticarem quem vive o que sente, lembrem-se de uma coisa:

Essas pessoas tiveram a coragem que vocês não têm!!!

 

Texto: F.J.

 

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