Sempre fui uma mulher de bem com a vida. Nos momentos de dor e de fraqueza, ergo-me e ponho as tristezas para trás das costas.
Não tenho uma vida perfeita. Longe disso… Não sou uma pessoa feliz, até porque para mim, a felicidade plena não existe. Existem momentos de felicidade, isso sim.
Sou, acima de tudo, uma pessoa de bem com a vida. E se não estiver bem, não tenho que partilhar ou dar a conhecer que algo de menos bom se passa comigo.
O que é que isso interessa? Se fosse uma pessoa de partilhar os problemas, era criticada por isso. Se sou uma pessoa que demonstra estar de bem com a vida, também sou criticada.
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No outro dia disseram-me: «Estás sempre tão feliz… que irritação! Devias passar por umas coisinhas más para veres o que é viver a vida de verdade!»
Fiquei chocada! Completamente! O eu não dar a conhecer que tenho este ou aquele problema, não quer dizer que não os tenha. Mas desejarem que eu tenha algo de mal na minha vida para não transparecer tanta felicidade, é do mais cruel que há.
Devem estar a questionar qual foi a minha resposta perante tal afirmação da pessoa em questão. E é o mais previsível possível. Sorri! Simplesmente sorri! E acrescentei ao sorriso esta frase: «Que toda a tua inveja vire felicidade!» E continuei a sorrir!
As pessoas são muito mazinhas, mas acreditem que não é isso que me vai deixar triste! Afinal de contas quem é que está mal? Quem sorri ou quem tem inveja de quem sorri?
Texto: Ana Sousa