O meu filho ficou doente pela primeira vez desde que voltei ao trabalho. Febre, borbulhas, mau estar e… muito mimo. Nestes últimos cinco dias ele só quis a mãe. Apesar de estar bem disposto, quando a febre chegava lá entrava ele num círculo de choro e birrinhas que às vezes nem se compreendem.
Claro que, como mãe que sou, fiquei em casa com o meu rebento! Dois meses depois de voltar ao trabalho tive de me ausentar… E tanto que estes dias – ao vê-lo ali quebrado pelos 38 e muitos graus de febre – me fizeram pensar.
Já quando a febre lhe deu tréguas, percebi outra realidade… Ele já faz tantas gracinhas e eu… tenho perdido tanto nestes dois meses. Não é justo que, quando eles começam a interagir, a descobrir o mundo, a procurar sentido nas palavras… temos de os deixar! E é nestas alturas que nos cai a ficha.
Sim, eu defendo que devíamos ficar com os nossos bebés até ao ano e não, não é por preguiça de voltar ao trabalho, mas porque eles crescem longe do nosso olhar… e isso não é justo! É, aliás, tão injusto como o dedo que nos apontam (às vezes em silêncio) porque decidimos ser mães, porque decidimos não “passar a pasta” quando eles ficam assim… E é exatamente nesse primeiro ano que eles mais precisam de nós…
Sim, é verdade, hoje eu não queria voltar ao trabalho e só penso na hora de voltar para junto dele!
Texto: Rita Soares
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