Histórias Inspiradoras

Histórias Inspiradoras: Pai cria o projeto ‘Oládia’ onde ilustra e conta as aventuras do filho

Andreia Costinha de Miranda
publicado há 5 anos
0
Share on FacebookTweet about this on TwitterShare on LinkedIn

Rui Raposo tem 40 anos, é designer gráfico, pai do pequeno Dinis e autor do projeto ‘Oládia’.

«A primeira abordagem ao projeto ocorreu quando o Dinis frequentava o jardim de infância, a educadora pediu para os pais irem contar uma história à sala e eu decidi participar na atividade. Por alguma razão não encontrei um livro que achasse que fosse prender a atenção das crianças e decidi criar uma história onde o Dinis fosse o personagem principal, assim os amigos dele iriam reconhecer a personagem e ter mais atenção à leitura», começa por explicar o profissional ao site Crescer.

Tempos depois da ideia ficar parada, o Dinis encontrou o livro que o pai tinha realizado anos antes e ao vê-lo «ficou surpreendido e achou divertido estar num livro onde ele era a personagem principal.»

Nesse momento Rui decidiu voltar ‘à carga’. «Pensei em criar novas aventuras, mas queria dar um toque mais pessoal e mágico ao projeto. Foi quando pensei em adaptar as brincadeiras e vivências do Dinis em histórias/ilustrações que fossem recordações de infância, para quando o Dinis fosse mais velho lembrar-se do tempo que passámos juntos», conta.

Desta forma surgiu o Oládia. «A primeira palavra que o Dinis disse foi ‘Olá’. Repetia-a constantemente e quando acordava tinha sempre um sorriso na cara. Mas ‘Olá’ não representava continuidade, que era o que eu desejava com este projeto. Acabei por adicionar a palavra ‘Dia’ para representar um renascer cíclico diário de novas aventuras em família. O nome Oládia também remete para um novo mundo, diferenciando e criando assim uma relação entre o real e imaginário», explica.

 

Histórias inspiradas nas vivências do Dinis

Rui sempre trabalhou na área criativa e tem um pequeno estúdio de design gráfico. «As novas tecnologias permitem que consiga fazer a gestão de todos os projetos a partir de casa. Cada vez mais dou prioridade ao tempo passado em família e o trabalhar em casa permite acompanhar o meio familiar de forma mais ativa», diz. 

E esse tempo em família, onde gostam de «fazer picnics, caminhadas na natureza, andar de bicicleta e fazer Judo no mesmo clube», fazem com que o progenitor ganhe inspiração para as aventuras do Oládia.

                                                                                           Rui e o pequeno Dinis numa aula de Judo

 

«As aventuras têm sempre elementos da vida real do meu filho, por exemplo na história do Lago Esmeral em que aparecem dois peixes, eles existem mesmo, são os animais de estimação do Dinis. O Peixe cego da história é o nosso Babalu e ele é mesmo cego na realidade. Quando veio cá para casa, muito pequenino, não comia e só depois de algum tempo descobrimos que tinha um problema de visão. O outro peixe é o nosso rápido Pepe e os dois vivem num aquário no quarto do Dinis. Ainda nesta história do Lago Esmeral aparece uma personagem que é a Mariana que é uma amiga real do Dinis. Na história com o Raminhos, algumas pessoas perguntaram o porquê de ser uma história com ele. A razão foi porque Dinis adorava ver o programa ‘100% Português’. Divertia-se imenso e a boa disposição estava sempre presente cá em casa no final de cada episódio», conta.

«Na última história peguei no facto do Dinis adorar fazer caminhadas na Serra da Arrábida em família, assim criei a história onde uma raposinha, animal que está ligada à nossa família (sobrenome Raposo) ajudar o Dinis a encontrar a mãe que se separa dele no início da história. Todas as histórias têm sempre algo baseado no quotidiano do Dinis ou nas brincadeiras dele. O processo e responsabilidade criativa complica-se nesta seleção. Não é fácil pegar em elementos da realidade e converte-los numa história/ilustração que faça sentido num mundo de fantasia», explica.

                                                                A comparação da realidade com o desenho gráfico realizado por Rui

 

Cada desenho demora cerca de dois dias a fazer. «Alguns mais outros menos, depende da história e elementos novos que apareçam na mesma. Um dos desenhos que levei mais tempo a fazer foi o da personagem do Raminhos pois tinha a responsabilidade de conseguir fazer uma ilustração que fosse parecida com ele, era uma figura pública e podia não gostar da sua ilustração, isto sem nunca perder a linha gráfica de Oládia», garante.

As histórias não seguem um padrão normal de criação «pois vão sendo construídas à medida que os posts vão saindo no Instagram e é claro que existe uma linha condutora, mas algum acontecimento da vida familiar pode servir para alterar a história de um momento para o outro.»

«Existem histórias que acabam de forma completamente diferente do que eu idealizei no inicio da mesma», assume.

Um projeto com ‘pernas para andar’

 

Dinis, de apenas nove anos, vive com o pai e com a mãe, Vanda, professora de 1.º ciclo, no Montijo e «conhece todas as aventuras e conteúdos criados à volta de Oládia.»

«Sem lhe dizer, ele percebe sempre de onde vêm as ligações com a vida real. Ele adora os desenhos e lemos as histórias sempre em conjunto. O Dinis faz muitas vezes os trabalhos de casa ao meu lado, acompanhando de perto o processo de criação das ilustrações», desvenda.

O Oládia tem um canal de Youtube que «ainda está em fase de testes» e cujo objetivo é «criar vídeos com as histórias já existentes, para os Pais poderem visualizar as aventuras com os seus filhos.

Mas esta área não está a ser tarefa fácil. «A minha formação é no âmbito do design gráfico e não domino a área de vídeo. Para além disso ainda tenho a minha ocupação profissional e por esta razão tem sido um processo mais moroso. Espero, num futuro próximo, conseguir colocar o canal de Youtube em pleno funcionamento. A possibilidade de colocar os desenhos/ilustrações em livro já foi pensado. Se receber uma boa proposta de publicação, por parte de uma editora, as aventuras poderão passar para livros», diz.

Até porque… «Conteúdos para novas histórias não faltam», anuncia.

 

O que se pode esperar mais do projeto

 

Oládia vai crescendo de dia para dia e Rui Raposo dá a conhecer o que se pode esperar mais deste projeto. «Apenas o futuro dirá. Isto começou com um simples pedido de uma educadora há muitos anos e que ficou adormecido. O objetivo de construir uma base de lembranças e memórias para o Dinis está a crescer de uma forma que eu não esperava. Foi a minha mulher que sugeriu passar as histórias para o Instagram de forma a ficarem gravadas no mundo digital e assim também poderem ser partilhadas e lidas por todo o mundo».

A aceitação por parte das pessoas «tem sido muito boa, o que tem levado ao crescimento deste projeto» e a responsabilidade é, claro está, «cada vez maior.»

«Com o aumento de seguidores sinto o dever de apresentar conteúdo com mais qualidade. Para isso tive de aperfeiçoar mais as técnicas utilizadas na criação das ilustrações, que são cada vez mais elaboradas. Tenho muito conteúdo para produzir novas aventuras. Uma criança de nove anos é uma explosão de ideias, emoções e brincadeiras. Espero que o Oládia continue a crescer e se possível, gostaria de ver as histórias evoluírem para livros, e quem sabe, para outros meios», finaliza. 

Para quem quiser encontrar o Oládia, poderá fazê-lo através do Youtube (embora o perfil ainda esteja em testes), no Instagram e existe um pequeno website com alguma informação do projeto, que se pretende que desenvolva à medida que o Oládia for crescendo.

 

Veja imagens de algumas das histórias, na nossa galeria.

Siga a Crescer no Instagram

Share on FacebookTweet about this on TwitterShare on LinkedIn

Artigos relacionados

Últimas

Botão calendário

Agenda

Consultar agenda