Histórias Inspiradoras

Histórias Inspiradoras: Emigrar por amor à família deixando um emprego e muita saudade

Filipa Rosa
publicado há 6 anos
0
Share on FacebookTweet about this on TwitterShare on LinkedIn

«Mãe da Beatriz, Constança e Pilar. Casada com o Filipe. A Filipa e o Filipe casaram e tiveram três filhas no espaço de um ano e meio! O meu sonho de criança de ser mãe tornou-se real e o do Filipe de ter gémeos também!» É assim que Filipa Vasconcelos se apresenta no seu blogue Hands Full.

Criar um blogue tornou-se fácil e útil, principalmente no mundo da maternidade. Há imensos sobre várias temáticas, criados por mães, pais, nutricionistas, ginecologistas, pediatras, enfermeiras… Há de tudo um pouco na Internet e os seus seguidores multiplicam-se de dia para dia.

O blogue Hands Full é exemplo disso. Um diário da aventura de Filipa Vasconcelos em Inglaterra como mãe de três meninas abaixo dos três anos que ocupam muito do seu tempo e do seu coração.

Em entrevista ao site Crescer, Filipa confessa que nunca sonhou em criar nada do género. Foram as saudades daqueles que ficaram em Portugal que a levaram a lançar o blogue. «A ideia surgiu como uma forma da família e amigos poderem acompanhar-nos mesmo estando longe. Serviu também para eu ter um espaço meu, o meu ‘escritório’ onde tenho o meu momento», começa por dizer-nos.

O feedback tem sido positivo. «Têm gostado e sentem-se menos distantes, principalmente das miúdas porque vão acompanhando as diferentes fases do seu crescimento. Creio que também porque os textos são bastante simples, mas descritivos e de linguagem corrente.»

Onde vai buscar inspiração para escrever os seus textos? «Sempre fui muito comunicativa e uma pessoa ‘de pessoas’. A minha inspiração vem precisamente das pessoas com quem mais passo o meu tempo neste momento, as minhas três filhas!», conta aquela que abdicou do seu emprego para emigrar com a família à procura de melhor qualidade de vida.

Filipa estudou Relações Públicas e Publicidade. A Comunicação e a criatividade sempre foram áreas de interesse. O seu percurso profissional foi bastante diversificado, passando pela comunicação interna, publicidade, gestão de produto, área de compras e marketing.

«Não me arrependi da minha decisão o que não quer dizer que não sinta falta. No entanto, tenho um projeto pessoal com o qual tento colmatar essa saudade e também a necessidade de criar o meu lugar para quando as miúdas entrarem na escola e ainda assim estar sempre presente para as minhas filhas.»

Atualmente dedica-se a 100 por cento à família. «Neste momento sou ‘stay at home mom’. Faço a gestão da casa e das minhas três filhas, com tudo o que isso implica. Apenas as mais velhas estão na pré-escola, todas as manhãs, três horas por dia», conta.

A ideia de emigrar em família partiu de uma proposta irrecusável feita a Filipe. «O meu marido trabalha numa multinacional e as propostas de progressão na carreira implicavam todas uma mudança de país. Já tínhamos passado por isso pouco depois de casarmos, sendo que eu fiquei em Portugal e ele mudou-se para Barcelona. Dois anos de mala sempre à porta e muitas horas de aeroporto, por isso já sabíamos que agora com família isso nem seria uma opção. Íamos todos ou não ia ninguém.»

Não é fácil para ninguém emigrar, sair de perto dos seus familiares e amigos. As saudades apertam dia após dia e Filipa nem sempre se sente feliz longe de Portugal. Falta-lhe a presença dos seus. O que custa mais? «Não estar presente nos dias de festa e nos dias menos especiais, um almoço improvisado em casa dos meus pais, os fins de semana em Arouca com os avós paternos, um jantar descontraído com as minhas amigas de sempre, os passeios pela praia… E custa muito cada vez que as miúdas dizem que querem ir a casa dos avós, quando falam nas nossas cadelas e nos amigos. Não poder partilhar ao vivo o crescimento das minhas filhas com a família e não ver crescer os primos e filhos de amigos.»

A angústia e solidão

Criar as filhas longe da família também se torna complicado. «Não ter uma rede de segurança, para mim isso é o pior. Vivi um pouco angustiada com o facto de estar sozinha diariamente com três bebés. Agora estou mais tranquila (ou será mais estaleca?!), mas os primeiros meses foram duros, com três incursões da nossa filha mais nova ao NHS (Serviço Nacional de Saúde) logo na primeira semana», desabafa. Pode ler aqui o texto sobre o sucedido.

Mas o pior foi o internamento. «Quando uma delas ficou internada, foram dias com tanto stress que a minha mãe acabou por voar de urgência para vir dar uma ajuda, uma vez que tudo aconteceu a poucos dias de uma viagem de trabalho ao Japão e não podia ficar sozinha com elas sob o risco de haver uma recaída», recorda aquela que ia relatando tudo ao pormenor no blogue. Leia aqui o texto.

Filipa quase voltou para trás logo na primeira semana. «A casa estava um caos, cheia de caixotes, e com a Pilar doente e sem qualquer diagnóstico… Na primeira semana conheci mais hospitais do que supermercados…»

 

A questão da saúde, segurança e educação em Inglaterra não deixaram Filipa tranquila na altura em que decidiu emigrar. «Na verdade fiquei apavorada face às notícias que havia saído nos media logo após a nossa decisão de vivermos em Inglaterra. No entanto sempre que precisamos de alguma assistência médica correu sempre tudo dentro da normalidade, sendo que agem sempre com muito respeito com as crianças», afirma.

«Também na área escolar, todas as crianças a partir dos três anos têm direito a 15 horas semanais de cuidados pré-escolares e todo o processo foi facilitado na própria escola.»

Para além da maternidade, Filipa tem outra paixão: os animais. «Neste momento tenho, com uma sócia, um projeto relacionado com cães – ‘pet sitting’ e creche canina, sendo que nesta fase apoio apenas no que posso, à distância, aplicando a minha experiência profissional anterior», revela. O projeto chama-se Woof – Cuidamos do seu Cão.

Siga a Crescer no Instagram

Share on FacebookTweet about this on TwitterShare on LinkedIn

Artigos relacionados

Últimas

Botão calendário

Agenda

Consultar agenda