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A história de uma menina que viveu na rua com a mãe até aos dois anos e nunca mais a viu

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publicado há 4 anos
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«Quando me dizem para não julgar, nem apontar o dedo àquela que abandonou o bebé no lixo, não sou capaz de não o fazer. E sabem porquê? Porque eu fui a filha de uma sem-abrigo durante dois anos. Andei na rua com a minha mãe, a dormir em escadas debaixo da ponte, onde calhasse e em momento algum a minha mãe me tentou matar nem pôr no lixo, nem afogar-me no rio. Protegeu-me do frio e do calor da melhor maneira que conseguiu, porque sabia que eu não era culpada pelos erros dela.»

Este forte testemunho que o site Crescer publicou recentemente suscitou a curiosidade de muitos dos nossos leitores, que quiseram saber mais sobre a história desta mulher que viveu na rua com a mãe até aos dois anos de idade. E depois? O que lhe aconteceu?

LEIA AQUI A PRIMEIRA PARTE DO TESTEMUNHO: «Fui filha de uma sem-abrigo durante 2 anos e nunca fui posta no lixo»

Apresentamos-lhe agora o resto da história, enviada através de Vanessa de Carvalho, do blogue Maternidade de Cabelos em Pé.

Leia aqui:

Vivi com a minha mãe até aos dois anos de idade. Quando o meu irmão soube que eu andava a dormir na rua, andou à nossa procura e tirou-me à força dos seus braços. Decidiu entregar-me ao meu pai, que já estava a refazer a sua vida com outra mulher.

Vivi com o meu pai até aos seis anos de idade, altura em que o meu pai faleceu. Enquanto vivi com o meu pai, nunca tive notícias da minha mãe, nem visitas. Não me recordo de perguntar por ela e, se perguntei, foi ao início. Depois acabei por esquecer.

Com o falecimento do meu pai, a minha madrasta falou com a minha irmã mais velha e lá lhe disse que não podia ficar comigo. E pronto… lá fui eu viver com ela. A minha irmã achou por bem procurar a minha mãe para poder conhecê-la e para conviver também. E assim fez… andou à procura por Lisboa, mas sem nunca a encontrar. Até que surgiu uma pista de alguém que a tinha visto a entrar numa pensão. No dia seguinte, lá foi a minha irmã à dita pensão. Ia ela a subir, vinha a minha mãe a descer. Ficou admirada por vê-la e ela só lhe disse que precisava de falar com ela. Disse que ia trabalhar, pediu-lhe para lá ir na manhã seguinte. E ela assim fez, mas sem sucesso. A minha mãe não apareceu mais. Perdeu-lhe o rasto de novo.

A vida seguiu e a minha irmã acabou por esquecer o assunto e deixou de a procurar. Até um certo dia que recebe um telefonema do hospital para lhe informar que a minha mãe se encontrava lá hospitalizada! A minha irmã sempre foi às visitas, mas nunca me levou porque o médico dizia que devido ao estado de saúde da minha mãe não valia a pena.

Nas visitas perguntava sempre por mim, mandava sempre ou uma maçã ou um pacote de bolachas. Mais uma vez demonstrou o amor que tinha pela sua menina. Passados dois anos de o meu pai falecer, a minha mãe faleceu. O destino impediu que eu a conhecesse. Mas mesmo doente e sem-abrigo mostrou o seu amor por mim…

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