Ensinar o valor do dinheiro deve fazer parte do processo de crescimento das crianças, desde cedo. Desde que existem e são capazes de pensar. É um princípio que se leva para a sempre, essencial para que se saiba estruturar uma vida, para que se sobreviva com o que se tem, para que não se viva acima das possibilidades. Para este efeito, devem ser os pais a pagar sempre tudo?
Não. Até que sejam independentes, cabe aos pais pagar tudo aquilo que são despesas e atividades em família. Mas há coisas que são da nossa responsabilidade e outras que tem de ser eles a gerir. Por isso é que há mesadas, semanadas e plafonds. Que tipo de coisas é que devem ser os filhos a pagar? O MSN Money selecionou 18 situações em que não nos devemos meter. Escolhi algumas. Vejam lá se concordam.
Filmes e Televisão. Falamos de filmes que se alugam através dos diferentes serviços. Os preços não são baratos (há filmes a 5€), mas cabe-lhes a eles decidirem como é que querem gastar o dinheiro e se podem ter essa despesa. E, pronto, filmes nunca fizeram mal a ninguém. Bem pelo contrário.
Roupas. Aqui é preciso distinguir. Uma coisa é o miúdo precisar de roupa nova, porque a que tem já está velha e não lhe serve. Outra são caprichos. Quer uns ténis muito específicos da marca x ou y? Então tem de poupar e juntar. Quer uma mochila de marca? Igual. Quer uma t-shirt que viu e adorou, mas que não lhe faz, de facto, falta? Já sabem a resposta.
Guloseimas. Óbvio que não queremos que se encham de açúcar. Mas não podemos controlar tudo, a partir de certa idade. Querem chocolates, pipocas, gomas ou bolas? Então têm de pagar. É o chamado extra alimentar.
Universidade. Não serão as despesas todas. Mas podem, por exemplo, poupar para comprar os cadernos, canetas ou até algumas sebentas, que são sempre mais baratas. Mais: acho importante, nesta altura, terem um part-time para começarem a depender menos dos pais.
Brinquedos e jogos. Já sabem como é que sou. Nunca dou só por dar e só porque pedem. Uma coisa é oferecer algo especial. Outra é responder à exigência permanentemente. Querem um jogo novo para a consola? Tudo bem. Poupem e comprem.
Animais de estimação. Pode ser uma valiosa lição, porque há a responsabilidade perante outro ser vivo. Quiseram um coelho? Um peixe? Um hamster? Tudo bem, nós deixamos. Mas a regra é que o sustentem, comprem a comida, cuidem dele.
Aquilo que encontram gratuitamente noutros sítios. Falamos de livros ou DVDs, por exemplo, disponíveis em bibliotecas. Se querem uma cópia original, invistam.
Estragos. Simples: estragou, então tem de resolver com dinheiro do “seu próprio bolso”.
Saídas com amigos. Aqui incluem-se cinemas, saídas à noite, cafés, jantares, festas de anos, noites no bowling, onde quer quer seja, fora do âmbito escolar.
Internet móvel. Os pais pagam o plano básico, mas se lhes “fizerem falta” mais dados móveis, então tem de ser eles a pagar o extra.
Multa. Perdeu aquele livro da biblioteca? A multa é da responsabilidade dele. E depois de terem carta? Mais importante ainda.
Mealheiro. Serve para o dinheiro do Natal ou dos anos, mas também deve receber aquele que vão poupando. Devemos incentivá-los a poupar, porque na vida vamos ter de poupar – o que custa, portanto mais vale começar cedo.
Texto: Catarina Beato, autora do blogue Dias de Uma Princesa