Alimentação

Gordura ou açúcar: Qual o pior vilão?

Redação
publicado há 6 anos
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Estes dois nutrientes podem ser bastante prejudiciais à saúde. Sabe-se que tanto a gordura como os açúcares simples têm um papel inflamatório no organismo, que pode gerar diversas patologias. Mas afinal, qual deles o pior?

Há quem queira fazer dieta, mas não consegue evitar os doces e os salgados irresistíveis, principalmente em épocas especiais. Fique a saber por que razão são ambos prejudiciais à sua saúde.

Na verdade, devemos evitar as gorduras e os açúcares, mas qual será o que faz pior à nossa saúde? Segundo Cristiana Ramos, nutricionista no Holmes Place, a gordura «é um nutriente importante, por fornecer os ácidos gordos essenciais que não podem ser sintetizados pelo nosso organismo e são fundamentais para o crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes e para a manutenção do estado de saúde físico e mental de adultos». É também necessária para «a absorção de vitaminas lipossolúveis (vitaminas A, D, E, K), estimula a secreção da bílis, melhora o funcionamento da vesícula biliar e possui grande capacidade de saciar o apetite, contribuindo assim para a diminuição da quantidade de alimentos consumidos».

Existem vários tipos de gordura disponíveis na nossa alimentação. Cada um tem características melhores e piores:

  • Colesterol (é um tipo de gordura que existe apenas nos alimentos de origem animal e se for consumida em excesso pode aumentar os níveis do nosso colesterol sanguíneo – do colesterol total e do LDL – e, por isso, aumentar o risco do aparecimento de doenças circulatórias e cardíacas);
  • Gordura monoinsaturada (encontra-se em alimentos como o azeite, óleo de amendoim e o abacate. Reduz o LDL sanguíneo – mau colesterol);
  • Gordura saturada (encontra-se em alimentos como manteiga, queijos gordos, produtos de charcutaria gordos, banha de porco, óleo de palma, óleo de coco, gordura da carne de vaca, margarinas. A sua característica é o aumento do LDL sanguíneo – mau colesterol – que aumenta o risco para doença cardiovascular);
  • Gordura polinsaturada (os omega 3 e 6 são considerados essenciais porque o nosso organismo na?o os consegue sintetizar a partir de outras substâncias, por isso têm que ser fornecidos pela alimentação).

Por outro lado, o açúcar «é fundamental ao funcionamento do nosso corpo porque nos fornece energia», explica a nutricionista. «A questão é que existem dois tipo de açúcar: simples e complexos, e as diferenças são abismais. Os complexos, como o amido ou a fibra são fundamentais. O amido encontrado em alimentos como a batata é quebrado no nosso corpo de forma mais facilitada que a fibra, existente em legumes. Assim, a fibra permite que a absorção dos açúcares seja dificultada, desta forma não eleva tanto os níveis de açúcar no sangue, mantendo valores hormonais, como a insulina, mais nivelados. Quanto aos açúcares simples, iremos comprovar quem não têm um papel tão essencial quanto o esperado.»

A ingestão elevada de açúcares simples é preocupante por estar associada a uma menor qualidade geral da alimentação, isto porque, segundo a Cristiana Ramos, «o açúcar simples apenas adiciona valor energético à dieta (calorias vazias), sem lhe adicionar qualquer valor nutricional (por ex. vitaminas ou minerais). Associa-se também ao aumento de peso/obesidade, risco de aquisição de doenças não transmissíveis, como as cáries e risco de doenças crónicas, como a diabetes tipo 2. Também está associado à prevalência de esteatose hepática (fígado gordo), insulinorresistência (falta de resposta à insulina, hormona responsável por colocar o açúcar nas células), hiperuricemia.»

Existe uma dose recomendada?

Segundo a nutricionista, no seu dia-a-dia alimentar deve «procurar reduzir o consumo de gorduras saturadas e colesterol, favorecendo sempre as gorduras monoinsaturadas e polinsaturadas. As atuais recomendações de gordura total são de 30 e 10 por cento para a gordura saturada. A recomendação de consumo de colesterol diário é 300mg.»

Já em relação ao açúcar, a recomendação de dose diária para a sua ingestão, segundo a Organização Mundial de Saúde, é de 25 gramas.

Conclusão?

De uma forma geral, segundo Cristiana Ramos, «estes dois nutrientes podem ser bastante prejudiciais à saúde. Sabe-se que tanto a gordura, principalmente a saturada, como açúcares simples têm um papel inflamatório no organismo e, esta condição a médio e longo prazo, pode gerar diversas patologias. As gorduras têm uma forte evidência científica para a desrregulação de valores de LDL sanguíneo e patologias cardíacas, havendo cada vez mais estudos que as afastam da responsabilidade pelo aumento de peso, diabetes, síndrome metabólico ou hipertensão. Pelo contrário, o açúcar, um produto viciante, ganha cada vez mais ênfase na associação a riscos de mortalidade elevados, por ser associado a patologias como a síndrome metabólica, diabetes, esteatose hepática, insulinorresistência, hiperuricemia e obesidade, o que nos leva a crer que é ele o ‘pior vilão’.»

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