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Fundação do Gil: A dura realidade das crianças da Casa do Gil, que precisa do apoio de todos

Filipa Rosa
publicado há 4 anos
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Patrícia Boura está há seis anos à frente da Fundação do Gil. A presidente abriu o coração ao site Crescer e revela um pouco da realidade dos meninos que a Casa do Gil mima e cuida todos os dias.

A Fundação do Gil existe desde 1999 e é pioneira no desenvolvimento de projetos de saúde pediátrica e reintegração social.

A Casa do Gil é um Centro de Acolhimento Temporário, que se destina ao acolhimento de crianças com idades compreendidas entre os 0 e os 12 anos, que se encontram em risco social e/ou clínico e que por essa razão não podem regressar (de imediato) para junto das suas famílias até que estejam reunidas todas as condições necessárias para esse fim.

Composta por uma equipa de profissionais especializados, a Casa trabalha três aspetos chave na infância e juventude: saúde, educação e acompanhamento psicossocial.

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São 16 crianças no máximo

A Casa do Gil alberga 16 crianças. É o máximo permitido por lei. A mais nova, atualmente, tem apenas seis meses. Os 16 meninos têm uma vida normal diariamente. Depois da escola e dos tempos livres, regressam à Casa do Gil e convivem como uma grande família, «como se fossem irmãos», diz-nos Patrícia Boura, presidente da Fundação do Gil.

Também ela mãe, Patrícia confessa que nos últimos seis anos conseguiu formar a sua defesa. Porque não é fácil para ninguém encarar as duras realidades destas crianças. «Eu tenho um escudo natural. Tenho de garantir que o projeto está a funcionar bem, principalmente os números. É como se fosse um refúgio. É muito complicado… Desde que cá estou, há seis anos, nunca mais me queixei da minha vida. Nunca mais! Leio todos os casos a par e passo e nunca mais me queixei, seja do que for. Sou muito chata, porque quem se vem queixar eu relativizo tudo… A nossa perspetiva muda muito. Nós sabemos o que de facto importa e o que é acessório…», afirma aquela que se sente profundamente realizada.

«Sou muitíssimo mais feliz, adoro o que faço. Apesar de ser uma dor de cabeça permanente. Tenho o telemóvel ligado 24 horas por dia, 365 dias por ano, mas também não podia ser de outra maneira…»

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Pela Casa do Gil passam anualmente casos muito complicados, histórias difíceis e duras realidades que nem Patrícia nem os restantes membros da fundação se esquecem. Todos os meninos deixam a sua marca. «Não quero particularizar nenhum caso, todos os processos são muito complicados, todos de medidas de tribunal. São tudo histórias que, quando correm mal, abrem os telejornais… e portanto isto não são coisas suaves. Para um tribunal retirar uma criança à sua família é porque alguma coisa correu profundamente mal. Estes meninos têm uma história de vida muito mais complicada do que muita gente», explica. «Felizmente, praticamente todos têm um final feliz.»

A história deliciosa da adoção de uma princesa

Patrícia Boura confidenciou à Crescer uma história muito curiosa e emotiva de uma menina que foi adotada e acarinhada por uma nova família, depois de ter estado na Casa do Gil. O mais enternecedor foi a forma como os pais adotivos lhe explicaram a situação. «Eles disseram-lhe que tinham vindo buscá-la a um castelo de princesas e todos os anos fazem questão de a trazer e ela própria pede para nos visitar. Acho que esta é uma boa prova do carinho com que os meninos são tratados», relata. «Aqui há excesso de mimo, de amor, de tudo! Ao contrário de muitas casas, onde os miúdos não podem ser demasiado mimados porque depois não sei o quê… Aqui eles têm de ser muito mimados, porque foi tudo o que lhes faltou na vida. Aqui há tudo isso em excesso!»

Apesar de ser no Natal que a maioria das pessoas demonstra a sua veia solidária, a Fundação do Gil precisa do apoio de todos ao longo dos 12 meses do ano. Para Patrícia, é bom sentir o abraço de quem se une a esta causa. «Acho que as pessoas vivem muito preocupadas com o seu dia-a-dia e nem sempre se lembram destas realidades, mas quando querem, os portugueses conseguem ser bastante sensíveis e solidários», concluiu.

Saiba como ajudar no site oficial da Fundação do Gil e junte-se a esta causa.

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