Os fibromiomas uterinos são tumores benignos (não cancerosos) que se formam na superfície ou no interior do tecido muscular uterino.
Num grande número de mulheres, a presença de fibromiomas uterinos passa totalmente despercebida. Noutros casos, a localização e o tamanho destes tumores benignos pode afectar grandemente a qualidade de vida.
Em declarações ao canal S+, o Prof. Martins Pisco, Especialista em Radiologia e Intervenção, garantiu que «as mulheres estão muito pouco informadas» em relação a este assunto. «Raramente recebo doentes que vêm de ginecologistas. Este assunto está pouco divulgado e devia ser mais. A maior parte das mulheres descobre através da Internet…», assegura.
A presença de miomas pode interferir negativamente na fertilidade, evitando que se produza ou se complete uma gravidez. Assim sendo, a embolização é seguramente uma excelente opção para as mulheres que desejam preservar a fertilidade.
E o que é então a embolização? «A embolização é uma técnica minimamente invasiva, simples nas mãos do radiologista de intervenção experiente, com menos riscos que as técnicas cirúrgicas, cujo objectivo é interromper a circulação sanguínea que irriga os fibromiomas, resolvendo o problema de forma rápida e duradoura e preservando o útero. Sem irrigação sanguínea o fibromioma atrofia-se e os sintomas desaparecem», lê-se no site do Prof. Martins Pisco.
As possibilidades de gravidez após embolização são idênticas às observadas na miomectomia cirúrgica, de qualquer forma não se pode garantir uma gravidez após embolização. Já foram publicados inúmeros casos de gravidez após a embolização uterina. Por tal motivo a embolização é uma boa alternativa para as doentes que desejam preservar a sua fertilidade, particularmente se a única alternativa terapêutica for a histerectomia. As doentes, contudo, são aconselhadas e evitar a gravidez durante seis meses após a embolização.
A embolização é o único tratamento que pode possibilitar a gravidez em pacientes portadoras de miomas nos seguintes casos:
– Miomas gigantes;
– Mais de três miomas;
– Miomectomia sem sucesso;
– Se a realização da miomectomia não excluir a possibilidade de histerectomia;
– Se a histerectomia for a única alternativa.
Como é realizada a cirurgia?
Sob anestesia local, e sem perda de sangue efetua-se um pequeno orifício de 1.5 mm de diâmetro na virilha direita através do qual se coloca um fino tubo plástico chamado cateter, que mediante monitorização por aparelho de raios X digital sofisticado é dirigido para a artéria uterina esquerda.
Efetua-se então uma arteriografia, ou seja uma visualização dos vasos, por meio de líquido contraste, sob controlo dos raios X, para obter o mapa de fornecimento sanguíneo ao útero e fibromioma. O material utilizado é constituído por partículas de polivinil álcool ou Microsferas de Embozene, um polímero, sem reacção da parte do organismo, estando completamente reabsorvido 6 meses depois.
Partículas de plástico finas, como graus de areia, injetadas na artéria uterina vão entupir seletivamente os ramos que irrigam o fibromioma, poupando contudo a própria artéria uterina para que a doente possa engravidar mais tarde. Estas partículas alojam-se nos vasos dos fibromiomas e não se podem deslocar para outras partes do corpo.
Repete-se a injeção de partículas até que todas as artérias do fibromiomas estejam bloqueadas. A embolização é depois repetida para a artéria uterina do lado oposto através do mesmo orifício e pelo mesmo cateter. A embolização é continuada até se obter bloqueio completo do sangue para os fibromiomas. Considera-se terminada a embolização quando, sob controlo dos raios X, se verificar oclusão dos pequenos vasos uterinos que alimentam o tumor.
Depois da embolização efetua-se outra arteriografia para confirmar o corte total da irrigação dos fibromiomas.
Fontes: Fibromioma Uterino e site do Prof. Martins Pisco
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