A febre é das manifestações mais frequentes na criança, provoca grande ansiedade na família e é causa de muitas consultas de pediatria e absentismo dos pais.
Não é uma doença, mas sim um sinal comum a várias doenças. A febre consiste no aumento da temperatura corporal acima da variação diária normal e ocorre na infância, na grande maioria das vezes devido a uma infeção por vírus.
Variações da temperatura corporal
A temperatura do corpo é controlada por um centro termorregulador, que equilibra ganhos e perdas de calor de acordo com um ritmo diário normal (ritmo circadiano). As temperaturas são mais baixas de manhã e mais elevadas (cerca de 1ºC) ao fim da tarde. Assim, a temperatura corporal sofre variações ao longo do dia, oscilando entre 36,5 – 37,5ºC.
Atenção à utilização excessiva de antipiréticos
A febre é uma resposta de defesa do organismo perante uma infeção. O aumento da temperatura corporal contribui para a inativação dos micro-organismos e controlo da sua multiplicação.
Por estas razões, a febre só deve ser combatida para aliviar o desconforto existente. A utilização de antipiréticos em excesso pode ser prejudicial, não só pela toxicidade dos mesmos, mas também porque se pode estar a prolongar a doença e as suas complicações.
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Quando se considera febre?
Em termos práticos, convencionou-se considerar febre quando a temperatura axilar está acima dos 38ºC. Fala-se em temperatura subfebril quando a temperatura oscila entre 37,5 e 38ºC.
O que fazer quando surge febre na criança
- Vigiar e estar atento ao aparecimento de sinais de gravidade;
- Despir ou diminuir a quantidade de roupa;
- Insistir na ingestão de líquidos, dando pequenas quantidades de cada vez mas frequentemente;
- Perante temperatura acima dos 38ºC axilar e/ou com grande desconforto associado, administrar um antipirético, utilizando de preferência a monoterapia com paracetamol. Só se os picos de febre forem inferiores a quatro horas é que se deve usar outro fármaco, como o ibuprofeno, em alternância;
- Se a criança tem menos de três meses, deve procurar assistência médica imediata;
- Nas crianças mais velhas pode aguardar três a cinco dias antes da avaliação médica.
O que NÃO deve fazer quando surge febre na criança:
- Aquecer a criança vestindo-lhe mais roupa;
- Utilizar antipiréticos em horário fixo (usar em SOS);
- Querer tratar a febre com antibióticos;
- Insistir numa alimentação normal e abundante;
- Atribuir a febre a uma erupção dentária.
Quando recorrer à urgência hospitalar
Esteja atento a sinais de gravidade como:
- Prostração, gemido;
- Dificuldade respiratória;
- Vómitos e dores de cabeça intensas, que se mantêm ou que se agravam;
- Lesões cutâneas (pintinhas), que não desaparecem com a pressão local;
- Convulsões, alteração do estado de consciência ou do comportamento (irritabilidade, agitação, sonolência).
Fonte: Site oficial da CUF