Gravidez

«Estou com desejos de…»

Redação
publicado há 6 anos
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Acordam a meio da noite capazes de devorar um chocolate ou uma caixa de bolachas, ou com um desejo estranho de comer terra, sabonete, gelo, carvão… É esta a realidade de cerca de 75 por cento das grávidas, segundo um inquérito realizado pelo site gurgle.com, especializado em maternidade, que revelou, ainda, que o número de mulheres com desejos súbitos por alimentos cresceu 45 por cento nos últimos 30 anos.

«Além disso, a pesquisa indica que apenas oito por cento das entrevistadas disse sentir desejos durante a madrugada, uma vez que as vontades são mais frequentes no período da tarde e da noite”, adianta. Qual é o motivo? “As opiniões dividem a comunidade científica», avança a ginecologista Cristina Barbosa.

«Se as pessoas tivessem desejos porque o corpo precisa de alguma coisa, comeríamos mais brócolos e menos chocolate»

«A nutricionista da Universidade de Sheffield, Fiona Ford, acredita que essa diferença entre as grávidas atuais e as de antigamente deve-se ao facto de existir maior disponibilidade de alimentos, enquanto outros apontam para deficiências nutritivas ou para as flutuações hormonais».

Outros falam em carências nutricionais despoletadas pelo facto da grávida ter que dividir os nutrientes com o feto, mas nem todos concordam. Para Elizabeth Somer, nutricionista com vários livros publicados, não há ligação nem comprovação científica entre os desejos e as necessidades do corpo de uma mulher grávida. «Se as pessoas tivessem desejos porque o corpo precisa de alguma coisa, comeríamos mais brócolos e menos chocolate», afirma.

Conheça as diferentes correntes:

– Carências NUTRICIONAIS

A vontade de comer cinzas ou o reboco de uma parede pode ser indício de uma deficiência de zinco e cálcio. Quanto ao desejo por doces, pode estar relacionado com a hipoglicemia (quando se fica muito tempo sem comer ou quando há um desequilíbrio no metabolismo de hidratos de carbono) e a vontade de comer fruta exótica pode significar falta de vitaminas. «Assim, o desejo por carne vermelha seria um indicativo claro da necessidade de mais proteínas e a falta de magnésio originar o desejo por chocolate», explica Cristina Barbosa.

– Flutuações HORMONAIS

As hormonas HCG (gonadotropina coriónica humana) e progesterona libertadas durante a gestação são as grandes responsáveis pela alteração do apetite. São eles que levam a uma mudança do paladar, do olfato e do pH da boca. A grávida pode começar, então, a sentir vontade de comer alimentos que não gostava e a enjoar outros que até aí adorava.

– Carências EMOCIONAIS

Comer é um ato de prazer. Os alimentos libertam dopamina, serotonina e endorfina, substâncias que geram prazer e melhoram o humor da gestante, que pode estar instável durante a gravidez. «Pode ser que ninguém saiba por que surgem essas vontades excêntricas durante a gravidez, mas como a maioria dos desejos e das aversões acaba sendo mais curioso do que sério, não devem constituir motivo de preocupação», garante a ginecologista.

Afinal, o fluxo de emoções que acompanha a gravidez pode levar a grávida a recorrer à comida quando, na verdade, tudo o que precisa é de um carinho!

 

Agradecimentos: Dra. Cristina Maia Barbosa, ginecologista e obstetra do Hospital Lusíadas, Lisboa; Hospital dos Lusíadas, Rota da Saúde (http://rotasaude.lusiadas.pt)

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