Sim, estou à espera de um filho indesejado. Não foi planeado, não estou com o pai do bebé, nunca desejei ser mãe e não tenho com quem desabafar. O meu único refúgio é o meu psicólogo, que se tornou o meu maior apoio.
Tenho 25 anos e sou solteira. Durante alguns meses namorei com um rapaz, mas a relação estava longe de ser estável. Não era de todo um homem para a vida. Mas passámos bons momentos juntos. Apesar de ter tomado precauções, o inesperado aconteceu. E quando descobri que estava grávida o meu mundo desabou. Chorei, chorei muito. Contei-lhe e ouvi o que mais queria: a melhor solução era abortar.
Nunca consegui fazê-lo. Não fui capaz. Mas estou a viver a pior fase da minha vida. Não estou feliz, não tenho o apoio de ninguém. Afastei-me do pai da criança quando senti que ele não estava minimamente interessado em ter um filho, mesmo depois de lhe ter dito que iria avançar com a gravidez.
Os meus pais não ficaram nada contentes. Ainda estou a terminar o mestrado, não tenho casa nem namorado certo. E nunca desejei ser mãe. Não desejo este filho. Digo isto com uma dor enorme no coração. Sinto que ninguém me pode ajudar, ninguém tem capacidade para encarar uma grávida infeliz.
Procurei ajuda. Tive que procurar. O meu psicólogo tem sido o meu refúgio, o meu grande apoio. Gostava de encontrar outras mulheres que se sintam infelizes como eu ou que tenham sentido o mesmo, mas conseguiram dar a volta por cima. Preciso de apoio, de incentivos.
Não queria nada este bebé, mas está a poucas semanas de nascer e vou recebê-lo da melhor forma possível e de coração aberto. Estarei pronta para amá-lo. Assim espero…
Texto: P. G.